CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO ADSCRITOS A UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE VITÓRIA-ES

Autores

  • Gracielle Pampolim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA ? EMESCAM
  • Fabíola dos Santos Dornellas ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA ? EMESCAM
  • Vanezia Gonçalves da Silva ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA ? EMESCAM
  • Luciana Carrupt Machado Sogame ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: A manutenção da capacidade funcional é um processo dinâmico e multifatorial, caracterizado por aspectos físicos e mentais, que são fisiologicamente comprometidos pelo processo de envelhecimento. Entretanto, quando associado a outros fatores como a ocorrência de doenças crônicas, pode levar a um crescente nível de incapacidade funcional nessa população, podendo até mesmo exilar o idoso do convívio social. Nessa perspectiva, tem-se na Estratégia Saúde da Família (ESF) um importante instrumento para prevenção e cuidado à essa população, baseando-se na perspectiva de promoção de ações e programas de orientação, informação e apoio aos idosos e seus familiares. Todavia, para que uma adequada atenção seja prestada, é necessário que a equipe de saúde conheça a população a qual está assistindo. OBJETIVOS: Objetivo: Verificar e classificar a capacidade funcional de idosos restritos ao domicílio adscritos a uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Vitória-ES. METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo, quantitativo, do tipo transversal, com amostra de conveniência de 178 idosos (idade > 60 anos), representando 60% da população de idosos restritos ao domicilio da USF pesquisada. Realizou-se, entre abril e novembro de 2014, entrevista semiestruturada, sendo coletadas as variáveis: sexo, idade, raça, situação conjugal, escolaridade, renda, ocupação e arranjo familiar; e avaliação funcional através da escala Medida de Independência Funcional (MIF), sendo classificados em quatro grupos: Independência, Dependência Mínima, Dependência Moderada e Dependência Total. A análise dos dados deu-se de forma descritiva. RESULTADOS: Dos idosos entrevistados a maioria eram mulheres (80%), na chamada “4º idade” (72%), que se auto referiram brancas (74%), viúvas (63%), de baixa escolaridade (52%) e renda (39%), aposentadas (61%), convivendo com cuidadores (83%) e coabitando em residências multigeracionais (53%). A pontuação média da funcionalidade foi de 87,19 ± 36,85, na subdivisão da escala, a média da MIF Cognitiva foi de 25,45 ± 11,07 e da MIF Motora, 61,74 ± 28,24, indicando uma população com nível mínimo de dependência funcional. No que concerne a classificação, 51% dos idosos apresentavam capacidade funcional preservada, sendo classificados como Independentes. Entre os que apresentaram comprometimento funcional, 46% apresentavam Dependência Mínima, 38% Dependência Moderada e 16% foram classificados com Dependência Total. Vale ressaltar que 20% da população estudada eram considerados restritos ao leito. CONCLUSÃO: Verificamos que a maioria da população estudada são funcionalmente Independentes, e quanto a classificação entre os dependentes, encontramos uma maior ocorrência de Dependência Mínima. Essa realidade nos leva a considerar a necessidade de uma maior atenção à população, com o intuito de proporcionar-lhes um envelhecimento digno, ativo e saudável no convívio em sociedade, enquanto detentores de capacidade funcional preservada, postergando ao máximo o processo de restrição ao domicílio, que consequentemente acarretará o isolamento social, dentre outros males da inatividade. Compreendemos, portanto, a relevância dessa temática na agenda de planejamento das intervenções em saúde da pessoa idosa.