CAPACIDADES E LIMITAÇÕES FUNCIONAIS DE BEBES PRÉ-TERMO CONFORME A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE INSERIDOS EM PROJETO DE INTERVENÇÃO SENSORIOMOTORA PRECOCE

Autores

  • Mariana Cunha Ganci UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
  • Andressa Lagoa Nascimento UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
  • Geisy Hellen Mamedes Silva UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
  • Juliana Teixeira de Almeida UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
  • Daniele de Almeida Soares UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL

Resumo

INTRODUÇÃO: Os avanços médicos-científicos em Neonatologia possibilitaram maior sobrevida de neonatos com risco para alterações no desenvolvimento motor. Porém, parte considerável desses bebês não é encaminhada para intervenção fisioterapêutica precoce, ou é tardiamente. Isto limita o potencial da intervenção, que não consegue atingir seu objetivo preventivo, favorecendo a instalação de limitações funcionais em bebês de risco. Desta forma, identificar as limitações e capacidades funcionais precocemente nesses bebês torna-se essencial nos programas de seguimento e intervenção fisioterapêutica precoce, por meio da avaliação do desempenho do bebê na realização de habilidades próprias de sua idade OBJETIVOS: Descrever as capacidades e limitações funcionais em bebês pré-termo no período de inserção em um projeto de intervenção fisioterapêutica sensoriomotora precoce. METODOLOGIA: Participaram deste trabalho seis bebês pré-termo, sendo 3 do sexo masculino, que foram inseridos no projeto de intervenção precoce de novembro de 2014 a junho de 2015. Os bebês apresentavam idade gestacional média de 34,33±3,14 semanas e 3,0±2,44 dias; peso médio ao nascer de 2,16±0,78 kg; Apgar médio de 5,83±3,54 e 7,83±2,13 no primeiro e quinto minutos; idade cronológica média de 5,55±3,27 meses e 17,0±7,79 dias; e idade corrigida média para prematuridade de 4,33±2,87 meses e 16,66±9,68 dias. Os bebês foram encaminhados por médicos de hospitais locais e avaliados no primeiro dia de inserção no projeto segundo o modelo de avaliação orientado pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Foram variáveis deste estudo as capacidades e limitações funcionais mais presentes no momento de inserção dos bebês no projeto, de acordo com a idade corrigida, analisadas por meio de porcentagem. Essas variáveis foram avaliadas com estimulação de brinquedos e apoio do fisioterapeuta em quatro posturas: supino, prono, sentado e em pé. RESULTADOS: Na postura em supino, a capacidade funcional mais presente foi acompanhar o brinquedo com a cabeça (100%), sendo que não ser capaz de alcançar e apreender objetos nessa posição foi a limitação funcional mais frequente (83,33%). Em prono, a capacidade funcional mais frequente (100%) foi o sustentar a cabeça por poucos segundos para olhar objeto à frente; a limitação funcional mais frequente foi não alcançar objetos à frente (100%). Na postura sentada, permanecer na posição com apoio (66,66%) e acompanhar brinquedos com a cabeça da linha média para laterais (83,33%) foram as capacidades mais comuns, enquanto que não ser capaz de permanecer na posição sem apoio (83,33%) e não alcançar objetos na posição (83,33%) foram as principais limitações funcionais. Em pé, apenas um bebê possuía idade para permanecer nessa posição, mas precisava receber apoio do fisioterapeuta.c CONCLUSÃO: A maioria dos bebês era capaz de acompanhar objetos com a cabeça em supino, prono, e sentado com apoio, sendo que não ser capaz de alcançá-los foi a limitação funcional mais comum associada. Isto demonstra a necessidade de intervenção precoce direcionada a objetivos funcionais, uma vez que tais limitações podem ser transitórias e, consequentemente, minimizadas ou remediadas quando identificadas e tratadas tão logo sejam identificadas.