CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO DE SAÚDE DE SUJEITOS COM MIELORRADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA NO ESTADO DE SERGIPE

Autores

  • Jader Pereira de Farias Neto Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Tiago Pinheiro Carvalho Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Andrea Costa De Oliveira Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Carla Macela Gomes Ferreira Dos Santos Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Leonardo Yung dos Santos Maciel Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Maurício Lima Poderoso Neto Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Izabella Oliveira Vieira Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Karina Conceição Gomes Machado de Araújo Universidade Federal de Sergipe - UFS

Resumo

INTRODUÇÃO: A Mielorradiculopatia Esquistossomótica (MRE) é a forma ectópica mais grave e incapacitante da infecção pelo Schistosoma mansoni. Acomete preferencialmente indivíduos de regiões pobres e esta associada a precárias condições sanitárias comuns em alguns municípios de Sergipe. É comum ocorrer limitações funcionais nas AVD´s e restrições da participação desses indivíduos na sociedade, para classificar tais condições a OMS criou a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) que prioriza a funcionalidade como componente da saúde e considera o ambiente como um facilitador ou uma barreira para o desempenho. OBJETIVOS: Classificar os estados de saúde e relacionados a ela de sujeitos com MRE por meio da CIF. METODOLOGIA: Os pacientes foram submetidos a um protocolo de avaliação clínico e funcional constituído de Protocolo de Avaliação em Esquistossomose Medular para interrogatório clínico e epidemiológico; Medida de Independência Funcional e o Timed Get Up and Go Test para avaliar a funcionalidade e a mobilidade; testes de força e manobras deficitárias de Migazine e Barré para MMII; a estesiometria, diapasão 128 Hz e tubos de ensaio com água quente e fria para sensibilidade tátil, vibratória e térmica de MMII; exames de imagem e observação clínica para analisar o nível de lesão. Os dados dessa avaliação foram usados para obter os qualificadores de códigos da CIF, que foram selecionados a partir da elaboração prévia de um core set contendo características clínicas e ambientais da doença. RESULTADOS: A amostra foi composta por dez indivíduos com nível de lesão na medula espinhal lombossacra (s12002), entretanto apresentaram graus de alterações funcionais distintas. Para descrição dos códigos classificadores de cada paciente e condição avaliada a seguir, será utilizada a sequencia: domínio da CIF, código, qualificador e percentual de apresentação deste qualificador e estão apresentados os qualificadores com maior percentual de apresentação. Para classificação da sensibilidade, foram considerados os domínios de: temperatura- b2700- 3- 40%; vibração- b2701- 1 e 3- 30% e 30%; pressão- b2702- 2- 70%; Dor: dor na cabeça ou pescoço- b28010 - 0 -50 %; dor nas costas- b28013- 0 - 50 %; dor em MI- b2015- 0 - 50 %. Continência urinária- b6202- 4 - 70%. Alteração da função sexual- b640- 4- 20%. Força dos músculos da metade inferior do corpo- b7303 - 2- 50%. Para mobilidade (capacidade): andar distâncias curtas- d4100- 1 - 40%; sentar-se - d4103- 2 - 40%; pôr-se em pé - d4104- 2 - 50%; deitar-se - d4100- 1 - 40%; auto transferências - d420- 1 - 40%; lavar-se - d510- 1 - 50%; vestir-se - d540- 1 - 90%. Os fatores ambientais de hidrografia - e2101; animais- e2201; temperatura- e2250 foram classificados como barreira completa (+4), pois estão relacionados com o ciclo do parasita. CONCLUSÃO: Por meio da CIF, foi possível demonstrar que indivíduos com mesmo diagnóstico e nível de acometimento medular apresentam comprometimentos variados da sua funcionalidade, desde as funções do corpo até participação. Assim como os fatores ambientais que também atuam como moduladores da funcionalidade humana.