COMPLICAÇÕES PULMONARES APÓS A EXTUBAÇÃO TRAQUEAL EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO QUE UTILIZARAM VENTILAÇÃO POR PRESSÃO POSITIVA INTERMITENTE

Autores

  • Ângela Arcanjo Moreira Tosta Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Juliana Baptista Simoura Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Natália Pretti Laranja Silva Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Gabrielle Zoldan Gonzales Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Luciana Carrupt Machado Somage Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Cássia Valeska Torati Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Letícia Guimarães Peyneau Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: O nascimento de recém-nascidos pré-termo (RNPT) representa um desafio para os serviços de saúde pública por tratar-se de um determinante de morbimortalidade neonatal (ALMEIDA et al.; 2012). Segundo Fávero et al. (2011), os RNPT apresentam risco de desenvolver complicações pulmonares, tornando-se frequente a necessidade de intubação traqueal. Após a extubação, a ventilação pulmonar não-invasiva é uma importante forma de suporte respiratório para estes recém-nascidos, pois melhora a ventilação alveolar, evitando complicações pulmonares (ANTUNES, 2012). OBJETIVOS: Esta pesquisa teve como objetivo geral verificar as complicações pulmonares nos recém-nascidos pré-termo que utilizaram ventilação por pressão positiva intermitente em vias aéreas após a extubação traqueal e como objetivos específicos identificar o perfil destes recém-nascidos, verificar a realização de fisioterapia e identificar as técnicas fisioterapêuticas utilizadas. METODOLOGIA: O estudo foi de coorte retrospectivo, os dados foram coletados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009. Foram incluídos no estudo todos os RNPT com idade gestacional menor ou igual a 36 semanas e 6 dias e peso ao nascimento menor do que 2000 gramas, submetidos à ventilação pulmonar mecânica e intubação endotraqueal e extubados em até 40 dias de vida. Foram excluídos os que apresentaram anomalias congênitas que comprometessem o sistema cardiorrespiratório; doenças genéticas; doença neuromuscular que comprometesse a ventilação mecânica; Apgar inferior a 4 no quinto minuto de vida; hemorragia intracraniana de graus III e VI; malformações do sistema nervoso central e depressão do mesmo por drogas. Os dados foram coletados mediante análise de prontuários, constituindo uma amostra de 23 RNPT. A análise estatística foi do tipo descritiva e este estudo foi aprovado pelo Comitê de ética e pesquisa da EMESCAM. RESULTADOS: As complicações pulmonares mais frequentes nos recém-nascidos pré- termo que utilizaram a ventilação por pressão positiva intermitente em vias aéreas após a extubação traqueal foram a atelectasia e apnéia, ambas correspondendo a 26,09% cada. Em relação às variáveis maternas foi constatado: idade de 21 a 35 anos (47,83%), número de consultas pré-natais inferior a seis (65,22%) e parto normal (56,52%). Quanto às variáveis dos recém-nascidos, 78,26% eram do sexo masculino, 91,3% adequados para a idade gestacional e 65,22% apresentaram peso de nascimento entre 1001 e 1500 gramas. A idade gestacional ao nascimento apresentou porcentagens iguais para os recém-nascidos com menos de 30 semanas e com 31 a 34 semanas (47,83%) e para os com 35 a 36,6 semanas a porcentagem foi de 4,34%. A fisioterapia foi realizada em 95,65% dos recém-nascidos, sendo que as técnicas mais utilizadas foram o reequilíbrio tóraco-abdominal (RTA) em 95,45%, a aceleração do fluxo expiratório (AFE) em 90,91% e a estimulação sensorial em 95,45%. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que as complicações pulmonares mais frequentes nos recém-nascidos do estudo foram a atelectasia e apnéia. A maioria das gestantes não realizou o número de consultas pré-natais recomendado pelo Ministério da Saúde, a maioria dos recém-nascidos foram classificados como prematuros extremos e moderados e a fisioterapia foi realizada em quase a totalidade dos bebês, o que ressalta sua importância.