PERFIL CLÍNICO E SOCIOECONÔMICO DE BEBÊS INSERIDOS EM PROJETO DE INTERVENÇÃO SENSORIOMOTORA PRECOCE EM FASE INICIAL

Autores

  • Daniele de Oliveira UFMS
  • Mayra Meireles UFMS
  • Amanda Girard UFMS
  • Bruna Grance Fernandes UFMS
  • Daniele de Almeida Soares UFMS

Resumo

INTRODUÇÃO: Na cidade de Campo Grande-MS, o serviço de intervenção fisioterapêutica precoce para bebês com risco de alterações no desenvolvimento motor ocorria apenas no Hospital Regional. Diante disto e da elevada demanda de bebês que necessitavam desse tipo de assistência, foi criado um projeto de extensão integrando alunos do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) com a comunidade, visando acolher e atender bebês de risco de 0 a 2 anos de idade e orientar seus pais e cuidadores sobre a continuidade da assistência em casa. OBJETIVOS: Descrever o perfil clínico e socioeconômico dos bebês inseridos na fase inicial de implementação de projeto de intervenção fisioterapêutica precoce da UFMS. METODOLOGIA: A coleta foi realizada a partir da ficha de avaliação de cada bebê, que é preenchida a partir de entrevista e dos dados da Caderneta da Criança - SUS no dia de sua admissão no projeto. Foram consideradas as seguintes variáveis: número de bebês inseridos, gênero, idades cronológica e corrigida para a prematuridade, diagnóstico clínico, admissão em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), peso ao nascer, escores de Apgar, tipo de parto, sentimento em relação à gravidez, e classificação socioeconômica segundo a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Foi realizada análise descritiva dos dados por médias e porcentagens. RESULTADOS: De novembro de 2014 a junho de 2015, foram inseridos 10 bebês no projeto, sendo 60% meninos, com médias das idades cronológica e corrigida de 23,2± semanas e 35,8± semanas, respectivamente. Quanto ao diagnóstico clínico, 30% (n=3) apresentaram prematuridade, 20% (n= 2) encefalopatia hipóxico-isquêmica, 20% (n=2) microcefalia, 20% (n=2) não apresentaram diagnóstico clínico definido, e 10% (n=1) apresentaram onfalocele associada à prematuridade. O total de 100% foi encaminhado à UTIN após o nascimento, com média de peso ao nascer de 2,12±0,70 kg e escores de Apgar médios de 4,6±3,6 no primeiro e 6,7±3,1 no quinto minuto, com tempo médio de internação de 28,7±23,9 dias. Quanto ao tipo de parto, 90% (n=9) foram cesarianas, havendo necessidade de reanimação imediata ao parto em 50% (n=5) dos bebês. Quando questionadas a respeito da gravidez, 50% das mães relataram que não foi planejada, porém, 80% dos bebês foram desejados. Em relação à classificação socioeconômica, 30% (n=3) das mães/bebês encontrava-se na classe C2. CONCLUSÃO: Recém-nascidos pré-termo e com diagnóstico de encefalopatia hipóxico-isquêmica são os mais encaminhados para intervenção fisioterapêutica precoce. Esses bebês nascem predominantemente de partos do tipo cesárea, apresentam baixo peso ao nascer e baixos escores de Apgar, sendo geralmente encaminhados à UTIN. Na maioria dos casos, as mães apresentam classe socioeconômica baixa, sendo que embora a gravidez possa não ser planejada, ela é predominantemente desejada. Diante da presença de tais fatores de risco biológicos e socioambientais, a intervenção fisioterapêutica precoce torna-se uma ferramenta valiosa para prevenir ou minimizar possíveis limitações funcionais nesses bebês, bem como orientar e capacitar as mães e cuidadores sobre a necessidade de estimulação e cuidados adequados aos bebês quando estão em casa.