PERFIL DE IDOSOS RESTRITOS AO DOMICÍLIO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES

Autores

  • Gracielle Pampolim ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Vanezia Gonçalves da Silva ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM
  • Luciana Carrupt Machado Sogame ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: O aumento da expectativa de vida e crescente envelhecimento populacional é um fenômeno de proporções mundiais. Simultaneamente a essa transição demográfica é possível observar também uma maior ocorrência de doenças crônicas e déficits nos campos físicos, psíquicos e principalmente sociais. Fazendo com que o avançar da idade, frequentemente, seja marcado por doenças que podem levar a sequelas como redução da independência e autonomia do idoso, e consequente afastamento social, levando esse indivíduo a se restringir estritamente ao convívio domiciliar. Nessa perspectiva, tem-se na Estratégia Saúde da Família (ESF) um importante espaço para a atenção que deve ser prestada a essa população, uma vez que tanto os idosos quanto seus familiares/cuidadores demandam ações e programas de orientação, informação e apoio de profissionais capacitados para tal. Entretanto, para que seja prestada uma adequada atenção, é necessário que a equipe de saúde conheça a população para a qual as ações devem estar voltadas. OBJETIVOS: Objetivo: Caracterizar o perfil sócio demográfico de idosos restritos ao domicílio adscritos a uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Vitória-ES. METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo, quantitativo do tipo transversal. Dos 4832 idosos (idade > 60 anos) adscritos à USF pesquisada em fevereiro de 2014, 298 eram restritos ao domicilio, destes, foi selecionada uma amostra de conveniência de 212 idosos, representando 71% dessa população, estes foram submetidos a entrevista semiestruturada, entre abril a novembro de 2014. Foram coletados dados quanto ao sexo, idade, raça, situação conjugal, escolaridade, presença de filhos e cuidador, ocupação, renda, contribuição para renda e arranjo familiar. A análise dos dados deu-se de forma descritiva. RESULTADOS: Dos idosos entrevistados, 78% eram mulheres, com 83,79 ± 7,94 anos; 72% na faixa etária acima de 80 anos; 73% se declaram brancos, 18% pardo ou amarelo e 7% negros; 59% eram viúvos, 26% casados, 9% solteiros e 5% divorciados/separados. Quanto a escolaridade verificamos que 24% eram analfabetos, 28% estudaram < 4 anos, 21% de 5 a 8 anos, 13% de 9 a 11 anos e 8% > 11 anos. A grande maioria possuía filhos, 90%; e 83% possuíam cuidadores. Quanto a renda e ocupação, 40% recebiam < 1 salário mínimo, 25% entre 1 e 4 salários e 3% acima de 10 salários mínimos; 61% eram aposentados, 17% pensionistas, 5% sem ocupação fixa; 86% contribuíam de forma ativa para renda familiar e 53% coabitavam com duas ou mais gerações de familiares. CONCLUSÃO: O perfil encontrado foi caracterizado em sua maioria por mulheres, na chamada “4º idade”, brancas, viúvas, de baixa escolaridade e renda, aposentadas, com filhos, convivendo com cuidadores, contribuindo para a renda familiar e coabitando em residências multigeracionais. Entretanto, notou-se que existe heterogeneidade quando se leva em consideração questões sócio demográficas de ordem salarial, racial e principalmente de escolaridade. Acredita-se que essas diferenças devem ser levadas em consideração ao se estabelecer ações de saúde para esse extrato populacional.