CONSTRUÇÃO DE UM CORE SET DA CIF PARA MIELORADICULOPATIA ESQUISTOSSOMÓTICA A PARTIR DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO ADAPTADO

Autores

  • Maurício Lima Pedroso Neto Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Tiago Pinheiro Carvalho Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Andrea Costa de Oliveira Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Carla Macela Gomes Ferreira dos Santos Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Karina Conceição Gomes Machado de Araújo Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Yanna Menezes Barbosa Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Leonardo Yung dos Santos Maciel Universidade Federal de Sergipe - UFS
  • Jader Pereira de Farias Neto Universidade Federal de Sergipe - UFS

Resumo

INTRODUÇÃO: A Mieloradiculopatia Esquistossomótica (MRE) é considerada como uma das formas clínicas da esquistossomose, geralmente vinculada ao mesmo CID e acomete indivíduos em idade produtiva, podendo ocasionar grandes limitações funcionais e restrições da participação do indivíduo na sociedade. A Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade (CIF) foi criada pela OMS como uma ferramenta capaz de classificar a funcionalidade dos indivíduos e relacioná-la a fatores ambientais e sociais. No entanto, por ser um instrumento multiprofissional de extensão e complexidades variadas o seu uso na totalidade se torna dificultado. Para tentar minimizar esta variável e incentivar sua utilização, por meio de evidências de revisões sistemáticas e questionamentos de profissionais e pacientes foram criadas listas resumidas direcionadas para doenças, os chamados CORE SET. OBJETIVOS: Criação de um CORE SET para indivíduos com MRE baseado em ferramentas de avaliação condizentes com os possíveis achados da patologia. METODOLOGIA: Inicialmente foram selecionadas ferramentas para a criação de um protocolo de avaliação adaptado, levando em consideração as principais características clínicas e epidemiológicas relatados na literatura, que consistiu em interrogatório através do Protocolo de Avaliação em Esquistossomose Medular de Ferrari (1997), avaliação da motricidade e funcionalidade fazendo uso do Timed Get Up and Go Test (TUG) e da Medida de Independência Funcional (MIF), além de avaliações de sensibilidade térmica, vibratória e tátil e testes de força muscular, que fazem parte da avaliação clínica. Outros aspectos relacionados à funcionalidade e estruturas do corpo foram analisados através de observação clínica e relato dos pacientes. Logo após foi realizada uma correlação dos possíveis achados do protocolo com os códigos da CIF. RESULTADOS: Com o protocolo de avaliação foi possível classificar 57 códigos da CIF, entre eles 9 códigos obtidos a partir de Ferrari, 7 da MIF, 6 do TUG, 17 através da avaliação clínica e 18 através de relatos dos pacientes, sendo que com uma ferramenta foi possível classificar mais de um código. O protocolo de Ferrari foi utilizado para classificar os códigos b2703, b28010, b28013, b28015, b6202, b640, e2101, e2201, e2250. Dentre as avaliações clínicas foram classificados os códigos b2700, b2701, b2702, b7300, b7301, b7302, b7303, b7304, b7350, b7353, b750, b7500, s12000, s12001, s12002, s1201, d4153. Com a MIF foram classificados os códigos d4200, d4201, d4551, d510, d5300, d5301, d540. Com os resultados do TUG foram obtidos os códigos b770, d4103, d4104, d4105, d4500, e1201.Através da observação clínica foram classificados os códigos, b28010, b28013, b28015, b770, d4100, d4101, d4102, d4103, d4104, d4105, d4153, d4154, d4200, d4201, d4500, d4502, d4503, d4551, e1201, e310, e355, e360 e com o relato dos pacientes b28010, b28013, b28015, d4105, d4501, d4502, d4503, d4551, d4701, d4702, d4751, e1201, e2101, e2201, e2250, e310, e355, e360. CONCLUSÃO: Através da criação do CORE SET foi possível classificar de maneira satisfatória todos os achados das avaliações feitas nos portadores de MRE, facilitando assim o uso da classificação pelos profissionais de saúde, com a criação de uma ferramenta compacta e de fácil uso.