EQUIVALÊNCIA CONCEITUAL E DE ITENS DO ASSESSMENT OF PHYSIOTHERAPY PRACTICE (APP) - UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DISCENTE NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Autores

  • Francine Lopes Barretto Gondo UNIFESP
  • Celso Ricardo Fernandes de Carvalho UNIFESP
  • Megan Dalton UNIFESP
  • José Antonio Marques Maia de Almeida UNIFESP

Resumo

INTRODUÇÃO: O estágio supervisionado em Fisioterapia, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais corresponde a no mínimo 20% da carga horária total do curso. Ao considerar sua característica eminentemente prática, diferencia-se dos demais componentes curriculares em relação ao seu oferecimento, distribuição e, principalmente ao processo de avaliação. Levantamentos bibliográficos nacionais e internacionais evidenciaram poucos instrumentos validados para a execução deste processo avaliativo, sobretudo se forem consideradas as características próprias do estágio supervisionado no contexto nacional. Na maioria das escolas de Fisioterapia brasileiras, este é o principal momento de construção do saber fazer fundamentado e contextualizado do futuro exercício profissional. A literatura australiana apresenta o “Assessment of Physiotherapy Practice (APP)”, um instrumento testado e validado na língua inglesa para a avaliação dos estudantes no estágio, tomando como bases as competências esperadas do futuro profissional. OBJETIVOS: Esta pesquisa apresenta como objetivos: mapear, no entender de supervisores de estágio prático em cursos de graduação em Fisioterapia, a compreensão acerca da função didático-pedagógica do APP; verificar a equivalência conceitual e de itens do APP para a avaliação de estágio supervisionado no contexto da graduação em Fisioterapia e identificar contribuições dos supervisores de estágio para o aprimoramento do instrumento de avaliação na realidade brasileira. METODOLOGIA: Nove docentes envolvidos na supervisão de estágio de sete universidades da Grande São Paulo foram entrevistados a partir de um roteiro semiestruturado. As entrevistas foram transcritas e os dados obtidos analisados por proximidade do significado das falas, tomando-se a análise do conteúdo (Franco, 2008) como metodologia qualitativa. RESULTADOS: Os docentes entrevistados demonstraram um entendimento claro da filosofia e da aplicação do instrumento, inclusive fornecendo sugestões para adaptação cultural do mesmo à realidade brasileira, sobretudo no que diz respeito aos direitos do paciente e ao seu consentimento e a expressão educador efetivo, na futura validação do instrumento. Não foi observada dificuldade na utilização da escala de pontuação sugerida pela autora do instrumento, mas identificou-se a necessidade de adequação da pontuação final ao sistema brasileiro. CONCLUSÃO: O instrumento é aplicável, na realidade dos supervisores de estágio, ressaltando-se a necessidade de adaptações específicas e de pequena monta, denotando a equivalência conceitual e de itens do instrumento original à realidade brasileira. Os entrevistados foram unânimes em indicar a oportunidade da validação do instrumento para a língua portuguesa, com a finalidade de utilizá-lo na avaliação objetiva de competências a serem desenvolvidas pelo aluno de fisioterapia, no estágio supervisionado.