PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS E AS CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM COMUNIDADE DO INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS

Autores

  • Natália Xavier Melo Lima INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS (IESA)
  • Raphaela Farias Teixeira INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS (IESA)
  • Robéria Santos Albuquerque INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS (IESA)

Resumo

INTRODUÇÃO: Diante do novo perfil epidemiológico da população brasileira, da nova lógica de organização do sistema de saúde pública e impulsionada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s), a fisioterapia tem buscado reestruturar suas práticas, redefinir seu campo de atuação e construir novas propostas de ensino, tomando como eixo central a atenção básica; o que ainda se constitui como um grande desafio para a profissão. Nesse cenário, o estágio supervisionado em comunidade surge como uma oportunidade dos discentes vivenciarem as várias possibilidades de atuação e estratégias do fazer fisioterapêutico na atenção básica, buscando desenvolver nos futuros profissionais uma visão mais ampliada em relação à atuação neste nível de atenção. OBJETIVOS: Este estudo teve como finalidade descrever o perfil epidemiológico dos usuários e as características das ações fisioterapêuticas do Estágio Supervisionado em Comunidade do Instituto de Ensino Superior de Alagoas (IESA). METODOLOGIA: Foi realizado, para tanto, um estudo descritivo transversal retrospectivo, sendo incluídos os dados de 59 Fichas de Registro de Atividades Fisioterapêuticas, grupais ou individuais, de usuários que foram assistidos pelos acadêmicos de fisioterapia do IESA em 2012 e 2013. As variáveis avaliadas foram dados sócio-demográficos, diagnóstico clínico e característica das ações fisioterapêuticas desenvolvidas. Foi realizada análise descritiva dos dados, por meio do programa Excel 2007. RESULTADOS: Na presente amostra, predominou usuários do sexo feminino (64,40%), idosos (52,40%), da raça branca (33,89%), aposentados (47,45%) e com diagnósticos clínicos de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (42,37%) e doenças do sistema nervoso (30,50%), em especial o acidente vascular encefálico. Foram evidenciados três tipos ações fisioterapêuticas: ações voltadas para a reabilitação, individualizadas e em espaço próprio, assistência fisioterapêutica domiciliar e um grupo de atividades da terceira idade. A maior parte dos usuários assistidos participa das ações voltadas para reabilitação (67,79%). Alguns dados, referentes às variáveis escolaridade, renda familiar, situação familiar/conjugal, sedentarismo, tabagismo e etilismo, não foram encontrados em mais de 65% das Fichas de Registro, e por isso não foi possível realizar inferências estatísticas. CONCLUSÃO: O perfil epidemiológico apresentado pelos usuários do estágio supervisionado correlaciona-se com o novo perfil epidemiológico da população brasileira, onde se observa o aumento da expectativa de vida, especialmente no sexo feminino, e o aumento das doenças associadas ao envelhecimento. Quanto às ações fisioterapêuticas realizadas, apesar da implementação de um grupo de atividades da terceira idade, prevaleceram ações fisioterapêuticas voltadas para a reabilitação. Algumas variáveis importantes sobre a história social e hábitos dos usuários não estavam descritas na maioria das Fichas de Registro das Atividades Fisioterapêuticas, mostrando algumas lacunas acerca do conhecimento sobre os usuários; informações estas que podem interferir diretamente na eficácia das ações fisioterapêuticas desenvolvidas para este público. Evidencia-se, por fim, que ainda existe, diante da alta prevalência, um grande foco no controle de danos, e não no controle de fatores de risco.