PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM ESTUDANTES DE UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DE ALAGOAS

Autores

  • Sanyshelle Ramalho Lopes INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS (IESA)
  • Raphaela Farias Teixeira INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS (IESA)
  • Robéria Santos Albuquerque INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS (IESA)

Resumo

INTRODUÇÃO: A Síndrome de Burnout (SB) vem sendo considerada uma das patologias que mais cresce significantemente, tendo o estresse e a sobrecarga ocorridos na situação de trabalho como pontos agravantes para os primeiros sinais da síndrome, que gera uma sensação de esgotamento físico e mental. Os primeiros indícios do Burnout podem iniciar-se já no período de vida acadêmica e persistir na vida profissional, e tem se mostrado presente na vida dos fisioterapeutas, causando uma tensão emocional crônica no exercício do cuidar. A avaliação precoce é, portanto, muito importante para que haja uma intervenção imediata e preventiva nos primeiros sinais da síndrome. OBJETIVOS: Este estudo teve como finalidade identificar a prevalência da Síndrome de Burnout nos estudantes de um curso de graduação em fisioterapia de Alagoas. METODOLOGIA: Foi realizado, para tanto, um estudo descritivo transversal, de abordagem quantitativa, sendo incluídos 42 acadêmicos de um curso de graduação em Fisioterapia noturno de Maceió/Al. Para a coleta de dados, foram utilizados um questionário de identificação pessoal com variáveis sociodemográficas e acadêmicas elaborado pelas pesquisadoras, o Inventário de Burnout de Maslach para estudantes (MBI-SS) e um questionário de fatores de estresse percebidos no ensino. Foi realizada análise estatística descritiva dos dados (média, frequência e porcentagens) utilizando o programa Excel 2013. RESULTADOS: Dos 42 estudantes que participaram, 24 estavam cursando o primeiro ano do curso e 18 o último ano do curso, já em fase de estágio curricular, predominando na amostra estudada, estudantes com idade média 30,67 anos, do sexo feminino (78,57%), solteiros (69,04%), sem filhos (59,53%), que não trabalham (57,15%) e possuem renda familiar de dois a três salários mínimos (50%). Quanto às variáveis acadêmicas, 50% dos estudantes concluíram o ensino médio em escola pública e 50% em escola privada. A maioria referiu não ter apresentado dificuldade para concluir o ensino médio (71,42%) ou ser aprovado no vestibular (78,57%). O custeio da mensalidade é feito predominantemente através do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) (59,53%), e 76,19% não consideraram que o turno noturno interferisse no processo ensino-aprendizagem. A avaliação do Inventário de Burnout de Maslach, considerando a totalidade dos estudantes, evidenciou escores médios de Exaustão Emocional (61,90%), baixos de Descrença (54,76%) e altos de Eficácia Profissional (61,90%), demonstrando ausência de Burnout na amostra estudada. Com relação aos fatores de estresse avaliados, dos treze, apenas três foram considerados como estressante ou muito estressante por mais de 40% dos estudantes: Conciliar trabalho e curso (42,85%), Muitas disciplinas para cursar (47,67%) e Realizar prova e trabalho (59,53). CONCLUSÃO: Os acadêmicos de fisioterapia avaliados não apresentaram sinais da Síndrome de Burnout, predominando na amostra estudada escores médios de Exaustão Emocional, baixos de Descrença e altos de Eficácia Profissional. Entretanto, evidencia-se em alguns acadêmicos o risco de desenvolver a Síndrome, por terem nível alto/moderado de exaustão emocional, sendo necessária a implementação de medidas preventivas, como apoio psicológico que detectem situações indutoras de estresse.