TENDÊNCIAS DE MUDANÇAS EM UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DE ALAGOAS

Autores

  • Raphaela Farias Teixeira INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS - IESA
  • Francisco José Passos Soares INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE ALAGOAS - IESA

Resumo

INTRODUÇÃO: As Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Fisioterapia (DCN/Fisioterapia) trazem consigo alterações relevantes quanto às concepções de formação e de processo ensino-aprendizagem, e esse processo transformador, em direção ao paradigma da integralidade, tem imposto grandes desafios para as Instituições de Ensino Superior (IES). As estratégias de implementação das diretrizes encontram-se em construção e ainda obedecem às peculiaridades de cada IES, permeáveis às percepções dos diferentes atores envolvidos no processo e ao contexto político-econômico local. OBJETIVOS: Este estudo traz como objetivo identificar as tendências de mudanças em um curso de graduação em Fisioterapia de Alagoas, em direção ao preconizado pelas DCN/Fisioterapia. METODOLOGIA: Participou da pesquisa uma IES particular de Alagoas que oferece o curso de graduação em fisioterapia desde 2002. Para coleta de dados, utilizou-se o Método da Roda, que avalia a percepção dos atores sociais da escola (docentes, discentes e técnico-administrativos) acerca do programa curricular, e um diário de campo. Na análise dos dados, buscou-se conferir à escola uma tipologia de tendências de mudanças, descrevendo as justificativas e evidências percebidas por seus atores sociais e identificando as potencialidades e fragilidades de seu programa curricular. RESULTADOS: A escola, na percepção de seus atores, tem tipologia de mudança Inovadora com Tendência Tradicional (61,35%), demonstrando que está buscando implementar mudanças para se adequar às DCN/Fisioterapia, porém ainda está no início do processo, predominando aspectos ora do modelo tradicional (flexneriano), ora do modelo avançado (integralidade). O grupo evidenciou como potencialidades a valorização da atenção básica em seu currículo e a diversificação dos cenários de prática, em busca da construção da integralidade da atenção na saúde, apesar das dificuldades enfrentadas com a inserção da Fisioterapia na atenção básica, tanto pela falta de uma definição clara de suas atribuições, ou pela escassez de espaços de atuação, quanto pela falta de estruturação da rede de atenção do sistema de saúde municipal. Como fragilidades, apontou principalmente a estrutura curricular tradicional e a pouca valorização da capacitação docente, somadas ainda a falta de investimento em educação permanente, a falta de autonomia político-administrativa do curso e a pouca disponibilidade de espaços de diálogo, avaliação e construção coletiva. CONCLUSÃO: Para o grupo, o curso avaliado possui tipologia de mudança Inovadora com tendência tradicional, demonstrando poucos avanços em direção à incorporação dos referenciais das DCN/Fisioterapia e importantes nós críticos que dificultam a implementação das mudanças preconizadas. O exercício da auto-avaliação, ao possibilitar a reflexão sobre as fortalezas e fragilidades do curso, oferece subsídios para o planejamento estratégico das ações, revelando-se como importante indutor de mudanças de um ensino de qualidade.