ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA NAS DISFUNÇÕES CERBROVASCULARES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Jade Duarte INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Joaquim Ramos INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Rafael Magalhães INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Therezinha Fiorezane INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Luciana Freitas INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Vanessa Paes INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Juliana Veiga INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Karla Dames INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Resumo

INTRODUÇÃO: O acidente vascular encefálico (AVE) é o distúrbio cerebrovascular mais prevalente e representa a terceira maior causa de morte no mundo. As sequelas ocasionadas pelo AVE podem levar à incapacidade funcional e limitação para as atividades da vida diária (AVD). Nesse sentido, a Atenção Básica (AB) precisa definir formatos organizativos de funcionamento mais efetivos que contemplem o perfil epidemiológico. O papel dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) está pautado no suporte à Estratégia de Saúde da Família no contexto da promoção de saúde. Por isso as práticas em grupo constituem uma importante ferramenta de matriciamento junto à estratégia, com a função de propiciar socialização, integração e colaborar com a educação em saúde. Este relato tem por objetivo descrever a vivência do grupo ‘Reabilitar’, voltado em sua maioria, para pacientes com sequelas neuromotoras na Clínica de Saúde da Família Nildo Aguiar, situada em Realengo, município do Rio de Janeiro. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O grupo foi proposto e é coordenado pelas fisioterapeutas do NASF em parceria com o Instituto Federal do Rio de Janeiro através de duas supervisoras docentes e estagiários do sexto período do curso de Fisioterapia. Visando contemplar a troca de saberes e a atuação interdisciplinar, a fonoaudióloga, a nutricionista, a psicóloga e a assistente social do NASF também acompanham o grupo. O ‘Reabilitar’ é composto, em sua maioria, por homens com sequelas de AVE, hipertensos e com dificuldades em realizar AVD. Os usuários com perfil para o grupo são identificados pelas equipes básicas de saúde e avaliados pela equipe do NASF. Utiliza-se um questionário próprio semiestruturado para a coleta de dados pessoais, história do adoecimento e relato da condição funcional. A Escala de Barthel é utilizada para avaliar o grau de independência dos usuários. Os encontros acontecem uma vez por semana, com duração de uma hora, onde são realizadas dinâmicas que objetivam o cuidado integral em saúde, troca de experiências entre usuários e a integração social. Através de circuitos são realizados exercícios de respiração diafragmática, fortalecimento dos MMSS e MMII, de coordenação motora e equilíbrio, treinamento da marcha e exercícios de motricidade fina. A fonoaudiologia atua com exercícios faciais e vocais para estímulo da fala, além de exercícios cognitivos e de memória. A cada semana o circuito é modificado com o intuito de conseguir abranger as dificuldades de todos os usuários. Rodas de conversa são realizadas para estimular a troca de experiências e valorizar o vínculo entre os participantes do grupo. Cartilhas para orientações e adaptações domiciliares são utilizadas como estratégia de educação em saúde e estímulo à autonomia. IMPACTOS: Observou-se que os usuários do grupo desenvolveram maior habilidade física e cognitiva. Segundo relato dos mesmos, houve melhora na autoconfiança, na autonomia, especialmente no que diz respeito à deambulação e realização de AVD. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A implantação do grupo ‘Reabilitar’ introduziu mudanças na socialização, autonomia e corresponsabilização pelo processo de saúde dos usuários. A atuação fisioterapêutica teve importante papel nessa estratégia, visando promoção, prevenção e proteção da saúde de acordo com os preceitos da Atenção Básica.