EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA MELHORA DO ESTRESSE OCUPACIONAL EM AGENTES COMUNITÁRIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Amanda Bondade Baptista INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Marilena Bezerra Martins INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Yasmim Kaline Bezerra INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
  • Karla Dames INSTITUTO FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Resumo

INTRODUÇÃO: Trata-se de um relato de experiência a partir da vivência na disciplina de Práticas Assistivas III no curso de Fisioterapia do IFRJ, que envolve a saúde do homem e da população trabalhadora. A experiência foi vivenciada com agentes comunitários de saúde (ACS), de uma clínica da família na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A respeito dos ACS, estes profissionais realizam dentre suas funções, visitas domiciliares para acompanhamento de pacientes crônicos e de risco, sendo considerados o elo entre a unidade de saúde e a comunidade, especialmente por serem moradores do mesmo território. Os trabalho dos ACS, favorece o contato diário com os usuários numa relação de ajuda, que pode gerar nestes profissionais sentimentos negativos e estresse. Esse esgotamento inerente à tarefa pode levar a instalação da Síndrome de Burnout, que é definida como “um estado de esgotamento físico e mental ligado à vida profissional”. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Foram realizados sete encontros no posto de trabalho dos ACS. No primeiro dia de acompanhamento, realizou-se uma avaliação ACS, utilizando um questionário próprio construído para avaliar o nível de conhecimento sobre o estresse e um questionário específico, Maslach Burnout Inventary – MBI, para verificar a existência de Síndorme de Burnout. Subsequentemente à avaliação realizou-se uma roda de conversa, permitindo que os ACS contassem suas experiências de trabalho e como as situações vivenciadas em seu dia a dia refletiam em sua vida pessoal. Muitos relataram como motivo de estresse o fato de encontrarem com frequência os usuários em momentos de lazer e férias. Segundo os relatos, esse contato gera cobrança por parte dos usuários em relação ao acesso à saúde. Os demais dias de intervenções iniciaram-se com roda de conversa e abordagens de educação em saúde que incluíram técnicas de auto alongamento, respiração diafragmática, relaxamento, dança e a entrega de uma cartilha educativa com exercícios para execução diária. Ao final dos encontros, foi realizada uma reavaliação com aplicação do questionário MBI e um jogo de perguntas e respostas para avaliar o conhecimento adquirido sobre o assunto. IMPACTOS: A primeira avaliação através do MBI demonstrou que muitos ACS (61,55%) já apresentavam a Síndrome de Burnout. O impacto do estresse relacionado ao trabalho foi evidente na primeira roda de conversa sobre o tema, o que denotou a necessidade de problematização nas rodas de conversa subsequentes. Durante as atividades educativas, observou-se grande interesse e um bom nível de relaxamento, por parte da maioria dos ACS. Houve relatos de satisfação com as atividades exercidas e observou-se uma queda do nível de estresse após a segunda avaliação do MBI (42,85%). De maneira similar, houve melhora do conhecimento a respeito do tema. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estresse ocupacional dos ACS compromete a saúde e interfere na qualidade de vida desses trabalhadores. As atividades realizadas com esse grupo, visando a educação em saúde para diminuição do estresse, obtiveram impacto positivo. Foi possível observar momentos de relaxamento e interação social, importantes para minimizar os sintomas de estresse relacionados ao trabalho.