EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE EM MOVIMENTO COMO FERRAMENTE DE TRANSFORMAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE

Autores

  • Louise Bertoldo Quatrin CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
  • Vanessa Machado Stevan CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO

Resumo

INTRODUÇÃO: De acordo com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, a “Educação Permanente (EP) é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho” (BRASIL, p. 20, 2009). Nesse sentido, a EP está baseada na aprendizagem significativa considerando a possibilidade de transformar as práticas profissionais a partir da problematização do processo de trabalho. A EP em Saúde (EPS) busca aliar as necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores às necessidades de saúde das pessoas e populações. Ao encontro dessa proposta, o curso de especialização desenvolvido pelo EducaSaúde da UFRGS, propõe que a EP seja um movimento, uma experiência de encontro entre trabalhadores e usuários, trabalhadores e gestores e trabalhadores entre si na perspectiva da EPS. Apresenta-se como um convite aos trabalhadores do SUS para a invenção de práticas de aprender, de cuidar e de fazer/viver a EPS para que possam dar destaque a potência do trabalho vivo em ato (EPS EM MOVIMENTO, 2014). DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O curso é interdisciplinar e funciona na modalidade Ead. Contudo, seguindo a lógica que foi apresentado até então, o curso não se configura como um curso Ead clássico. Trata-se de um movimento que anseia pela ruptura de modelos clássicos de ensino-aprendizagem. Busca reconhecer que todos nós sabemos, aprendemos e ensinamos (EPS EM MOVIMENTO, 2014). Para isso, as ferramentas utilizadas no processo também fogem do tradicional e causando estranheza. O diário cartográfico pode ser entendido a partir da criação singular de determinada realidade, produzindo novas possibilidades de ver e dizer para os acontecimentos e afecções que se estabelecem na produção da vida, dos afetos e das práticas (DELEUZE; GUATTARI, 1995). Na cartografia, a abertura para o encontro é fundamental para dar novo sentido aos acontecimentos e as afetações do cotidiano do trabalho e da vida. Já a caixa de afecções, tem como proposta dar suporte à construção do diário cartográfico. A ideia é de uma caixa de afetos, onde são colocados, objetos, músicas, textos, enfim, o que nos afeta no cotidiano e que produz algum sentido. IMPACTOS: A experiência tem sido bastante interessante e a troca com os colegas, enriquecedora. Problematizamos situações reias do cotidiano de trabalho e temos a oportunidade de ver, ao mesmo tempo, diferentes ângulos da situação para assim concluir algo. O processo é supervisionado por uma tutora, mas somos todos nós que produzimos EPS por meio de nossa prática. A mudança de olhar em relação ao processo de trabalho e cuidado em saúde e, principalmente, em relação ao usuário, é perceptível. A reflexão antecede a ação e por isso torna-se uma ação mais consciente, com diálogo e escuta qualificada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Proposta desafiadora. Ainda estamos engatinhando no processo, pois os modelos tradicionais de ensino-aprendizagem ainda estão muito arraigados em nossa formação. Contudo, entendemos que o movimento deve começar por nós formadores buscando inverter lógicas visando a transformação da realidade social. O convite à reflexão, ao aventurar-se e abrir planos de experimentação para vivermos/revivermos cotidianamente este encontro está feito!