ENSINO DOS RECURSOS TERAPÊUTICOS COMPLEMENTARES NA PERSPECTIVA DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS

Autores

  • Sibele Yoko Mattozo Takeda UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR

Resumo

INTRODUÇÃO: A disciplina de Recursos Terapêuticos Complementares (RTC) vai ao encontro do que propõem as diretrizes curriculares nacionais, considerando a relação estabelecida entre os conhecimentos técnico-científicos e a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Ela baseia-se na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) e abrange os princípios das práticas incluídas nesta política, como a homeopatia, a fitoterapia, medicina tradicional chinesa, termalismo/crenoterapia e medicina antroposófica. Ela objetiva compreender os princípios dos sistemas complexos abordados pela política pública implantada em 2006 no SUS, bem como refletir e discutir sobre a interface destas práticas com a fisioterapia. Dessa maneira, este relato visa descrever a experiência da implantação desta disciplina do 4° para o 1°período do curso de Fisioterapia. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Em reformulação curricular recente, a disciplina de RTC passou do 4° para o 1°período do curso de Fisioterapia. Isto se deu de modo a despertar o interesse do estudante para as diferentes possibilidades de atuação da fisioterapia, extrapolando as áreas clássicas da profissão. Outra razão para sua implantação foi a possibilidade de articulação entre esta disciplina com os conceitos trabalhados nas disciplinas de saúde pública, ética e panoramas da fisioterapia no Brasil e no mundo. A integração de conceitos, associados às atividades práticas e visitas técnicas criam um ambiente favorável à integração de saberes, essencial para o processo ensino-aprendizagem. De igual maneira, o ensino dos recursos terapêuticos complementares não requer como pré-requisito o conhecimento das disciplinas básicas, por se tratarem de sistemas complexos em saúde. Estes sistemas caracterizam-se por possuírem uma forma própria de compreender e tratar o processo saúde-doença. Sendo assim, ao término do semestre, foi feita uma avaliação não sistematizada pelos 43 estudantes que cursaram regularmente a disciplina. Nesta avaliação constavam uma questão relativa à importância desta disciplina na matriz curricular do curso e outra sobre ela estar alocada já no 1°período do curso. IMPACTOS: No decorrer do semestre observou-se grande interesse dos estudantes, visto que os temas eram abordados a partir do seu cotidiano. A exemplo disso, os princípios da fitoterapia eram trabalhados a partir das plantas aromáticas de uso comum, como os condimentos. As práticas incluíam o reconhecimento destas plantas/condimentos, as suas indicações, contraindicações, formas de uso, bem como o estado da arte da regulamentação desta prática pela fisioterapia. Outra vivência realizada no decorrer da disciplina foi o relato de profissionais fisioterapeutas que atuam na baixa, média e alta complexidade, quando foi possível conhecer um pouco sobre a realidade destas práticas nos serviços públicos de saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os relatos obtidos dos estudantes demonstraram que foi benéfica a oferta da disciplina já no 1° período, tendo em vista a oportunidade de entrar em contato com as diferentes áreas de atuação da fisioterapia já no 1° ano do curso, além de facilitar a compreensão das disciplinas correlatas.