FUNCIONALIDADE E SAÚDE: HISTÓRICO DOS SETE ANOS DESDE A CRIAÇÃO DE UMA DISCIPLINA QUE SE PROPÔS A ENSINAR COMO INFORMAR E SE INFORMAR SOBRE ESTADOS DE SAÚDE

Autores

  • Paulo Henrique Ferreira de Araujo Barbosa UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Raquel Cristina Machado Cavalcanti UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Ana Clara Bonini-Rocha UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Wagner Rodrigues Martins UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Juliana de Faria Fracon e Romão UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
  • Emerson Fachin-Martins UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Resumo

INTRODUÇÃO: Desde sua criação, a disciplina “Funcionalidade e Saúde” aprimorou conceitos, incorporou conteúdos e concebeu práticas inovadoras de formação e educação permanente sem perder a sua programação original. Ela tem como foco a apreensão de conteúdos e o treinamento de habilidades e competências para se descrever e para compreender descrições de estados de saúde de um indivíduo ou de uma população. Adota o modelo de estado de saúde proposto na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e instrumentaliza o uso combinado das Classificações Internacionais como ferramenta para sistemas de informação em saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: A disciplina acontece no quarto semestre da matriz curricular e soma os termos funcionalidade e saúde com a intensão de criar um espaço de discussão da CIF que não se limite às orientações contidas nas próprias páginas deste manual taxonômico. É também um espaço para se discutir linguagem e sistemas de informação. Desde o início tínhamos a convicção que a CIF não é um manual de métodos e técnicas de avaliação, ela codifica de forma organizada as informações obtidas de outras fontes de avaliação, com a vantagem de qualificar o código, transformando esse código em informação do que funciona (funcionalidade) ou não funciona (incapacidade). Mas como utilizá-la? Frente ao desafio, concebemos um roteiro de visita domiciliar e entrevistas que permitissem observar funções e estruturas do corpo, bem como atividade, participação e ambiente que pudesse gerar informação codificável e qualificável pela CIF. Saímos então para a prática com alguns estudantes de extensão e iniciação científica. Experimentamos descrever perfis de funcionalidade e incapacidade em forma de um diagnóstico físico-funcional com resultados promissores que foram publicados na revista Disability and Rehabilitation. Essa primeira experiência norteou a primeira versão do plano de ensino da disciplina que definiu o seguinte conteúdo programático: (1) introdução à saúde e ao processo saúde-doença; (2) determinantes e condições relacionadas à saúde; (3) a funcionalidade humana como um dos componentes de saúde; (4) funcionalidade humana nos ciclos da vida; (5) modelos de funcionalidade, incapacidade e saúde; (6) atuação fisioterapêutica na funcionalidade, incapacidade e saúde e (7) unificação e padronização da linguagem e classificação. IMPACTOS: No próximo semestre, a disciplina será ministrada pela décima segunda vez. Apesar de não termos modificado o conteúdo programático, a cada semestre ele é enriquecido com conteúdos e práticas que nos permite chamar a disciplina como ministrada hoje de: oficina de ideias e experimentação. No semestre passado conseguimos dimensionar o nível de desconhecimento léxico dos estudantes e utilizar os vocábulos desconhecidos em atividades semanais a cada fim de aula. O enriquecimento léxico dos estudantes foi notável e confirmado na descrição de estados de saúde gerados em relatórios escritos e apresentações orais na já tradicional atividade de campo. Nesta atividade os estudantes replicam a experiência de codificar e qualificar pelo uso combinado das Classificações Internacionais às visitas domiciliares e entrevistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A disciplina consolidou-se como o momento de aperfeiçoar a linguagem do estudante de fisioterapia, ensinando-o a informar e se informar sobre estados de saúde individuais e populacionais.