EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA - DA CONSTITUIÇÃO MÍNIMA PARA A AMPLIADA

Autores

  • Janaunny Magalhães Fernandes Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Daisy Fragoso Dorneles Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Gracieli Nadalon Deponti Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Karolina Vargas de Freitas Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Leila da Silva Cardozo Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Vinícius Santos Sanches Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Pricila Arrojo da Silva Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Amanda Tomaz Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
  • Débora Souza Cardozo Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul

Resumo

INTRODUÇÃO: Uma das formas de inserção dos profissionais da saúde na Atenção Básica (AB) é através da Estratégia de Saúde da Família (ESF), que é composta de uma equipe mínima pré-estabelecida. No entanto, a partir de vivências percebe-se que este quadro, por vezes, não consegue suprir as demandas de promoção, prevenção e recuperação da saúde. OBJETIVOS: Avaliar o grau de suficiência da equipe mínima de profissionais da ESF por trabalhadores e usuários de saúde e identificar as prioridades por parte dos mesmos com relação à inserção de novos profissionais neste quadro. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa descritiva realizada em três equipes da ESF de uma comunidade de alta vulnerabilidade social do município de Porto Alegre - RS. Aplicou-se um questionário estruturado e auto-aplicável com trabalhadores das equipes de SF e usuários da mesma área de abrangência, com questões que abordavam a visão destes a respeito do grau de suficiência da equipe mínima para ações de saúde na ESF e prioridade de possível inclusão de novas categorias profissionais na equipe mínima da ESF. Foi realizada a frequência e o cruzamento das respostas obtidas no questionário e feita a análise descritiva. RESULTADOS: O questionário foi aplicado em 27 profissionais, sendo 13 ACS, 3 enfermeiros, 3 médicos, 7 técnicos de enfermagem e 1 odontólogo. Nenhum profissional declarou que o quadro de profissionais presentes na ESF é completamente suficiente, sendo 59,26% disseram ser razoável e 25,93% acreditam ser pouco suficiente. A respeito de qual profissional acreditam ser importante de incluir na ESF, o mais citado, por importância, foi o psicólogo com 8 (29,63%) das respostas, seguido pelo assistente social com 6 (22,22%). Na terceira opção o mais citado foi o fisioterapeuta com 10 (37,04%). Quanto aos usuários, 18 responderam o questionário e destes julgaram como primeira opção de profissional para ser acrescentado na equipe mínima o assistente social, com 8 respostas (44,44%). Na segunda opção se destacaram o fisioterapeuta e o nutricionista com 4 (22,22%) e na terceira opção o psicólogo, com maior frequência, de 7 (38,89%). Quanto a suficiência de profissionais na equipe, foram obtidas em 27,78% das respostas que é suficiente, e outros 27,78% disseram ser razoável. CONCLUSÃO: Observa-se que a assistência social e os serviços de psicologia aparecem como prioridade por parte de profissionais e usuários da ESF, denotando uma possível necessidade de cuidados psicossociais na AB. O fisioterapeuta também apareceu entre as três profissões que a comunidade e os trabalhadores incluiriam na equipe mínima e esta necessidade se dá, provavelmente, pela grande demanda de usuários com condições crônicas de saúde. É importante refletir que a proposta da ESF está na inclusão de profissionais que realizem ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde na visão da clínica ampliada, e este resultado pode refletir a importância de se pensar em um cuidado voltado para as questões subjetivas (psicossociais) e de prevenção de doenças crônicas, sendo, portanto, a inclusão do assistente social, psicólogo, fisioterapeuta e outros profissionais, necessária para se ampliar a resolutividade do trabalho na AB.