FATORES DE RISCO MATERNOS PARA A PREMATURIDADE

Autores

  • Natália Fernandes Souza Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Raquel Bonelli Pereira Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Luciana Machado Somage Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Letícia Guimarães Peyneau Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM
  • Cássia Valeska Torati Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória - EMESCAM

Resumo

INTRODUÇÃO: A prematuridade é considerada um problema de saúde pública pelo alto índice de morbimortalidade infantil. O nascimento prematuro pode interromper o desenvolvimento pulmonar normal e pode levar a alterações anatômicas e estruturais no cérebro, podendo ocasionar problemas cognitivos e motores. Nesse contexto, cabe ressaltar a influência de alterações patológicas maternas que se relacionam com a prematuridade, repercutindo diretamente nas condições do recém-nascido, aumentando os índices de morte fetal e neonatal (RUGOLO, 2005; SPALLICI et al.; 2000). OBJETIVOS: O objetivo geral deste estudo foi identificar os fatores de risco maternos para o nascimento de recém-nascidos prematuros e o objetivo específico foi analisar o perfil dos recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). METODOLOGIA: Estudo observacional de coorte retrospectivo no qual foram incluídos 131 prontuários de recém-nascidos prematuros (com menos de 37 semanas completas de idade gestacional), que necessitaram de internação na UTIN do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória, no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2011. Foram excluídos os transferidos antes da alta hospitalar; os com defeitos do tubo neural e síndromes cromossômicas; os que necessitaram de intervenção cirúrgica no período de internação e os com impossibilidade de acesso aos prontuários por questões administrativas. Após a coleta dos dados do prontuário, foram identificadas as variáveis maternas e neonatais. Foi realizada uma análise estatística descritiva dos dados, com média e desvio padrão e este estudo foi aprovado pelo comitê de ética. RESULTADOS: De acordo com as variáveis maternas, 69,6% tinham idade entre 20 e 34 anos, 90,8% realizou pré-natal, sendo que apenas 54,6% realizaram 6 ou mais consultas, 80,9% não utilizaram corticoide antenatal, 63,5% tiveram parto cesáreo, 82,4% desses partos foram de gestação única, 60,3% das mães apresentaram fatores de risco gestacionais, destacando-se a doença hipertensiva específica da gravidez em 36,3%; a infecção do trato urinário em 20,3% e o diabetes em 16,8%. De acordo com as variáveis neonatais, 59,6% dos recém-nascidos eram do sexo masculino, 77,1% nasceram de apresentação cefálica, a média de idade gestacional ao nascimento foi de 34,2 ± 2,2 semanas, 74,8% apresentou peso ao nascer menor ou igual a 2500 gramas, 62,6% foram classificados como adequados para a idade gestacional, 58,7% apresentaram Apgar superior a 7 no 1º minuto de vida, 90,8% Apgar superior a 7 no 5º minuto de vida, 18,3% apresentaram doença da membrana hialina (DMH), 61% taquipnéia transitória do recém-nascido (TTRN), 80,9% não utilizaram surfactante exógeno e 37,4% permaneceram por de 21 dias internados na UTIN. CONCLUSÃO: Com base nos resultados obtidos, os fatores de risco maternos que mais se destacaram para o nascimento de recém-nascidos prematuros foram o número insuficiente de consultas pré-natais, a pouca utilização de corticoide antenatal e a presença da doença hipertensiva específica da gravidez. A maioria dos prematuros foram classificados como moderados e limítrofes, de baixo peso e apresentaram taquipnéia transitória do recém-nascido. Uma vez que os fatores de risco maternos influenciam no desenvolvimento infantil, conhecê-los é de suma importância para uma assistência materno-infantil de qualidade.