INTERNATO EM FISIOTERAPIA EM SAÚDE COLETIVA - DESAFIOS E POSSIBILIDADES EM UMA UAPS NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA - CEARÁ

Autores

  • Denise Gonçalves Moura Pinheiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
  • Bernardo Diniz Coutinho UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
  • Fabiane Elpídio de Sá UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Resumo

INTRODUÇÃO: A partir das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde, sabe-se que a formação do fisioterapeuta deverá atender ao sistema de saúde vigente no país. Desta forma, o Internato em Saúde Coletiva tem o objetivo de desenvolver nos alunos habilidades e competências para a atuação interdisciplinar e integrada aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF), prestando apoio a estes profissionais e incentivando a prática fisioterapêutica tanto no controle de riscos como no controle de danos a saúde individual e coletiva. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: O Internato em Fisioterapia em Saúde Coletiva é um módulo ofertado no 8º semestre do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará, com duração de dezesseis semanas, e tem uma carga horária de 320 horas, subdividas em quatro campos de estágios diferentes e com a participação de oitos docentes. Realizamos uma reunião específica com os agentes comunitários de saúde da unidade, no intuito de sensibilizá-los para fazer uma triagem de pacientes para que os alunos pudessem identificar e buscar grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades ou portadores de distúrbios cinético- funcionais e doenças e agravos de notificação compulsória. No início, percebemos uma resistência grande por parte dos agentes a cooperar conosco, mas, com o tempo, fomos procurados por eles próprios para cobrir a demanda. O grupo de gestantes não pôde ser consolidado, pois houve uma baixa adesão, e vários fatores interferiram. O grupo de promoção da saúde do trabalhador foi aumentando aos poucos, e tornou-se essencial para a aproximação com os profissionais que lá trabalhavam. Não conseguimos atender todas as demandas para atendimentos domiciliares, fazendo com que surgisse uma lista de espera. IMPACTOS: Ao longo do semestre os vínculos com a gestão da unidade e os demais profissionais foram aumentando, e percebemos um aumento na demanda de atendimentos domiciliares e de grupos específicos (saúde do trabalhador, dores musculares e doenças crônicas). Propusemos, então, para a coordenação da unidade, a utilização de uma sala específica da Fisioterapia para que fossem desenvolvidos projetos de extensão, e, dessa maneira, o trabalho realizado não fosse interrompido, uma vez que o módulo é ofertado anualmente. Ao final do semestre, implantamos cinco projetos de extensão ligados ao curso de Fisioterapia, que estão em plena atividade atualmente. Desta maneira, as atividades iniciadas continuaram sendo realizadas e ampliamos o escopo das ações no local. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por essa experiência podemos destacar o engajamento de docentes e discentes para que a Fisioterapia pudesse se instalar na UAPS, e, pudéssemos criar vínculos tanto com os profissionais quanto com as famílias do território. Foi importante também realizar um trabalho sério e dedicado para que os outros profissionais das equipes de Saúde da Família e NASF percebessem que nossa atuação como fisioterapeuta fez a diferença para aquela área e comunidade. Por fim, os alunos puderam vivenciar os percalços que podemos enfrentar quando ainda não há uma atuação estabelecida do fisioterapeuta na Atenção Básica, e, que, o campo está aberto e propício, basta conhecimento específico e competência profissional.