FRAGILIDADE E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE MULHERES ADULTAS E IDOSAS USUÁRIAS DO SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE, SP

Autores

  • Juliana Rosini da Silva UNESP
  • Vanessa Ribeiro dos Santos UNESP
  • Vitor Cabrera Batista UNESP
  • Michel Rosa Cardoso UNESP
  • Douglas Oliveira UNESP
  • Jmile Sanches Codogno UNESP
  • Luís Alberto Gobbo UNESP

Resumo

INTRODUÇÃO: A fragilidade é uma síndrome de impacto negativo, consequente do processo de envelhecimento e caracterizada pela diminuição de reservas fisiológicas e déficits funcionais capazes de provocar efeitos adversos à saúde, como quedas, agravamento de doenças, incapacidade funcional, comorbidades, hospitalização, institucionalização prolongada e morte. Essa condição repercute no aumento da utilização e custos de serviços de saúde, tornando a síndrome um dos graves problemas de saúde pública no idoso. Dentre suas principais características, a redução do peso corporal, de forma não-intencional, é um importante indicador de fragilidade, apresentado pela literatura. Entretanto, faz-se necessário, conhecer quais componentes da composição corporal estão mais correlacionados a esta síndrome geriátrica. OBJETIVOS: Analisar a correlação entre fragilidade e os componentes da composição corporal massa magra, conteúdo mineral ósseo e gordura total, em idosas usuárias do sistema público de saúde do município de Presidente Prudente, SP. METODOLOGIA: Estudo transversal realizado com 121 mulheres adultas e idosas atendidas por duas Unidades Básicas de Saúde do município de Presidente Prudente, SP (61,95±8,44 anos). As variáveis peso e os demais componentes corporais foram analisados como variáveis contínuas. Peso corporal total (em kg) foi mensurado em balança digital e para análise da composição corporal, os componentes gordura corporal total (GCT), massa magra (MM) e conteúdo mineral ósseo (CMO) foram mensurados a partir de absorciometria radiológica de dupla energia (DEXA), em kg. A fragilidade foi identificada nas mulheres por meio do construto proposto por Fried et al. (2001), que leva em consideração as seguintes características: redução do peso corporal de forma não intencional no último ano; exaustão auto-referida; baixa atividade física; baixa velocidade de caminhada; e baixa força muscular. A variável fragilidade foi considerada a partir da quantidade de características presentes (de 0 a 4). Para análise estatística, estatística descritiva, média, desvio-padrão e os respectivos intervalos de confiança (IC 95%) foram utilizados para as variáveis contínuas (composição corporal), e análise de frequência relativa (%) para as categorias de fragilidade. Regressão linear entre a variável dependente (fragilidade) e as demais variáveis foi utilizada para análise da correlação. O nível de significância foi estabelecido em 5%, e as análises foram realizadas em programa estatístico STATA IC 11. RESULTADOS: Foi verificada a presença de uma, duas, três e quatro características de fragilidade, respectivamente, em 40,5%, 23,1%, 5,8% e 0,8% das idosas. Os valores médios encontrados foram de 74,4±16,3 kg, para peso; 2,2±0,4 kg CMO; 33,1±11,4 kg, para GCT; e 37,6±5,8 kg, para MM. Apenas a variável GCT apresentou correlação (positiva) com a fragilidade (p=0,045; r2=0,033), sendo que, para cada unidade de aumento da GCT, foi verificado aumento de 0,0147 de uma categoria de fragilidade para outra. CONCLUSÃO: Dentre os diferentes componentes da composição corporal, apenas a gordura corporal total foi positivamente correlacionada à fragilidade, em idosas usuárias do sistema público de saúde, do município de Presidente Prudente, SP.