DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Rubiana Gambarim da Silva Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  • Adriane Pires Batiston Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Palavras-chave:

Estratégia Saúde da Família, Câncer de Mama, Detecção Precoce de Câncer.

Resumo

 Introdução: Apesar de esforços envidados, o câncer de mama ainda é considerado um problema de saúde pública e constitui uma das mais importantes causas de morte de mulheres brasileiras. A detecção precoce do câncer de mama é a estratégia utilizada para o diagnóstico de alterações mamárias em tempo oportuno, o que proporciona às mulheres acometidas por esta doença maiores chances de cura e melhores condições no tratamento. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar as estratégias para a detecção precoce do câncer de mama entre mulheres de 40 e 69 anos, cadastradas na Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de Nova Andradina/MS. Metodologia: Foi conduzido um estudo seccional, no qual foram entrevistadas 393 mulheres com idades entre 40 a 69 anos, cadastradas na Estratégia Saúde da Família do município de Nova Andradina-MS. As participantes desta pesquisa foram entrevistadas em suas residências, sendo utilizado para a coleta de dados um formulário estruturado com questões que buscaram investigar as características sócio-demográficas e o conhecimento e a prática acerca dos métodos de detecção do câncer de mama. Os resultados da pesquisa foram analisados por meio de estatística descritiva e as associações entre variáveis estabelecidas pelo emprego dos testes qui-quadrado e exato de Fisher com nível de significância de 5% Resultados: Neste estudo, a idade média das entrevistadas foi de 54,00±0,39 anos (media±erro padrão), sendo que 81,2% já haviam realizado mamografia ao menos uma vez. Os fatores de risco para o câncer de mama mais frequentes foram sedentarismo (80,2%), sobrepeso (29,5%) e obesidade (29,5%). A maior realização da mamografia esteve associada à idade (p<0,001), à realização do Papanicolaou (p<0,001) e à realização do exame clínico das mamas (p<0,001). Não houve associação estatística entre a realização de mamografia e os fatores de risco, exceto a idade. Dentre as participantes deste estudo, 86,3% receberam informações relacionadas ao CM, sendo 52,2% dessas informações fornecidas pela equipe de saúde da família. Sobre os métodos de detecção do câncer de mama, 79,1% palpavam suas mamas ocasionalmente, 43% das mulheres não realizaram o exame clínico das mamas nos últimos 12 meses e 75,6 % nunca solicitou este exame, bem como 53,2% nunca solicitou a realização de mamografia. Conclusões: Dentre os fatores de risco apresentados pelas entrevistadas, somente a idade esteve relacionada a maior realização de mamografia, e constatou-se que aquelas que realizam o exame clínico das mamas e exame Papanicolaou possuem maiores chances para a realização de mamografia. Este estudo também demonstrou que a maioria das mulheres recebeu informação sobre CM, porém muitas ainda não aderem aos programas de detecção do CM, além de não adotarem posturas ativas em seu autocuidado. Os resultados apontados por este estudo poderão ser utilizados para o planejamento de ações dos profissionais da Estratégia Saúde da Família e Secretaria Municipal de Saúde, relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama entre as mulheres de Nova Andradina.  Palavras- chave: Estratégia Saúde da Família, Câncer de Mama, Detecção Precoce de Câncer. 

Biografia do Autor

Rubiana Gambarim da Silva, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Enfermeira, Mestre em Saúde da Família pela UFMS, especialista em Atenção Primária à Saúde, com prática profissional em Estratégia Saúde da Família de Nova Andradina-MS por quatro anos, atualmente está na Coordenação Municipal de Atenção Bàsica e Saúde no Sistema Prisional. 

Adriane Pires Batiston, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Programa de Pós Graduação em Saúde da Família Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

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Publicado

11-12-2015