INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM UM GRUPO COMUNITÁRIO DE MULHERES IDOSAS: PREVALÊNCIA, FATORES ASSOCIADOS E NÍVEL DE INFORMAÇÃO

Autores

  • Karla Poersch UNISINOS
  • Naiane Gerber da Rosa UNISINOS

Resumo

INTRODUÇÃO: A incontinência urinária (IU) é definida como a perda involuntária de urina, classificada por IU de esforço, urgência, mista e inconsciente. (Baracho, 2012). No mundo, a prevalência em mulheres varia de 10% a 55%, tornando a IU um problema de saúde pública. De acordo com a Sociedade Internacional de Continência (ICS), a fisioterapia é uma opção satisfatória para o tratamento da IU, sendo um tratamento não invasivo com grade eficácia. Porém a atuação da fisioterapia deve ser além da intervenção, valorizando também ações de promoção em saúde, trazendo conhecimento e entendimento à população sobre esse assunto, para que possa ser buscado tratamento adequado para o problema. OBJETIVOS: Descrever a prevalência, os possíveis fatores associados e o nível de informação sobre a IU, em um grupo comunitário formado por idosas. METODOLOGIA: As participantes responderam a dois questionários, o primeiro composto por questões que buscavam conhecer aspectos relacionados à saúde da mulher, bem como o nível de informação das participantes sobre IU. O segundo questionário, ICIQ-SF, composto de questões que avaliavam a frequência, gravidade e impacto da IU, bem como itens relacionados às causas e situações de perda urinária. Os dados foram analisados através do SPSS versão 21.0 e o nível de significância adotado foi p<0,05. RESULTADOS: Participaram do estudo 33 idosas, com média de idade de 71,9 ± 5,5 anos, sendo que 54,5% apresentavam IU e destas 44,4% eram do tipo IU inconsciente. Quanto a interferência da perda urinária, 33,3% da amostra referiu ser a interferência moderada, 51,5% da amostra tinha conhecimento sobre IU, em relação ao local de informação 87,5% das idosas relataram ter obtido informação em postos de saúde, hospital ou através de seu médico, 87,5% conheciam alguma forma de tratamento e somente 24,2% sabiam da fisioterapia como forma de tratamento. No cálculo do Índice de Comorbidade de Charlson, a média encontrada foi 2,03 ± 0,98 e o ajustado pela idade foi 4,64 ± 1,34. Não houve associação significativa entre IU e os aspectos obstétricos, fatores demográficos e hábitos de vida nesta amostra. Apenas foi encontrada associação significativa entre problemas urinários e presença de IU (p=.034). CONCLUSÃO: Os achados demonstram que a IU é um problema vivido pelas idosas, que relatam moderada interferência da IU em suas vidas. Além disso, foi possível verificar que as idosas tem pouca informação sobre a IU e suas formas de tratamento, sendo assim também desconhecem à atuação da fisioterapia como forma de tratamento e prevenção para o problema. Estes achados apontam para a necessidade de maior investimento em educação em saúde, para que estas pessoas tenham acesso a informações adequadas, a fim de diminuir a prevalência de IU, bem como melhorar a qualidade de vida neste grupo populacional.