INTERDISCIPLINARIDADE NA SAÚDE DO IDOSO: DESAFIO PERMANENTE

Autores

  • Lina Rodrigues de Faria Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Maria Cristina de Albuquerque Barbosa Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Clarice Lima Álvares da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Luciana Karen Calábria Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Stefany Bruno Cau Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Andréia Peraro Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Resumo

INTRODUÇÃO: O envelhecimento da população brasileira trouxe mudanças em seu perfil epidemiológico, como o aumento da ocorrência de doenças crônicas e incapacidades funcionais, além de maior demanda por serviços de saúde e uso de medicamentos, representando um desafio para a Saúde Coletiva o conhecimento das suas especificidades. O Programa de Assistência ao Idoso do SESC/ Minas (Serviço Social do Comércio de Minas Gerais), na cidade de Governador Valadares-MG, em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (Campus de Governador Valadares), tem sido foco de ações em resposta às situações complexas na saúde do idoso. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (no 329.774) da Universidade Federal de Juiz de Fora. OBJETIVOS: O desafio é tentar minimizar os comprometimentos de saúde e as limitações funcionais resultantes das várias doenças a que os idosos estão propensos; além de organizar ações voltadas para um máximo de vida ativa, numa ação conjunta entre as áreas da saúde, com base na percepção do idoso sobre sua saúde, nos contextos em que vive. METODOLOGIA: Foram entrevistados 47 idosos, com aplicação de questionário semi-estruturado sobre: renda; ocorrência de doenças; consumo de medicamentos, plantas medicinais e fitoterápicos; uso de próteses dentária e prática de atividade física. Para tanto, atividades preventivas interdisciplinares de atenção farmacêutica, fisioterápica, médica, nutricional e odontológica foram desenvolvidas com um grupo de idosos, com idade de 60 anos e mais, visando a melhoria das condições de saúde e da qualidade de vida. RESULTADOS: Os idosos entrevistados eram em sua maioria mulheres (83%) e apresentavam média de idade igual a 69,1±6,3 anos (mín. 60; máx. 90). As principais doenças relatadas pelo grupo foram hipertensão arterial (63,8%), osteoartrite (25,5%) e diabetes mellitus (10,6%). O consumo de medicamentos foi relatado por 89,4% dos idosos, e de fitoterápicos e plantas medicinais por 31,9% e 59,6%, respectivamente. O número médio de medicamentos consumidos foi 2,8±1,9 (mín. 1; máx. 8) e a ocorrência de polifarmácia foi identificada em 33,3%. Próteses dentárias e ortopédicas eram usadas por 72,3% e 2,1%, respectivamente. Os resultados demonstram que o programa assistencial conta com a grande participação de idosas mulheres, com ampla ocorrência de doenças e elevado consumo de medicamentos. CONCLUSÃO: Os processos do envelhecimento demográfico têm contribuído para um esforço de reflexão sistemática sobre o tema da velhice no Brasil e, também, sobre a relevância do trabalho em equipe na Saúde do Idoso. Os profissionais da saúde podem colaborar para melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa por meio da interdisciplinaridade e da atuação multiprofissional, preparando-a para viver de forma harmônica com as mudanças associadas ao envelhecimento. O envelhecimento é um fenômeno natural e social que se defronta com problemas e limitações de ordem biológica, psicológica, política e econômica, cujo entendimento é essencial para o cuidado integral deste grupo populacional.