INVESTIGAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO E DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE INDIVÍDUOS OBESOS ATENDIDOS EM ESF

Autores

  • Carolina Rodrigues Bortolatto UNESP
  • Gustavo Gessolo de Oliveira UNESP
  • Viviane de Freitas Cardoso UNESP
  • Renilton José Pizzol UNESP
  • Ana Lúcia de Jesus Almeida UNESP

Resumo

INTRODUÇÃO: A ESF tornou-se modelo privilegiado de atuação na promoção de saúde e no enfrentamento de problemas de saúde da população brasileira. Entre esses problemas encontram-se o do excesso de peso considerado hoje um problema de saúde pública e que está relacionado a um grande número de condições mórbidas, podendo ser enfrentado por meio de ações formuladas pelo fisioterapeuta da ESF baseadas no incentivo e apoio à pratica de atividade física e à adoção de hábitos alimentares saudáveis, por isso a investigação de tais questões é de fundamental importância para estabelecer o diagnóstico das condições de saúde da população adscrita. OBJETIVOS: Investigar o nível de atividade física e a qualidade dos hábitos alimentares dos indivíduos obesos atendidos em uma ESF. METODOLOGIA: Estudo quantitativo descritivo de caráter transversal com população composta por 65 indivíduos obesos (IMC= 30 kg/m2, como recomendado pela OMS), de ambos os sexos, com idade de 20 a 59 anos, adscritos na ESF. Empregou-se o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta, para estimar a prevalência de inatividade física considerando os indivíduos irregularmente ativos ou inativos. Já para a avaliação da dieta foram utilizadas informações sobre a frequência semanal do consumo de frutas e legumes e/ou hortaliças, sendo que a ingestão inferior a cinco vezes por semana destes alimentos foi caracterizada como uma dieta inadequada. RESULTADOS: A amostra foi composta por 17 homens (26,2%) e 48 mulheres (73,8%), com média de idade de 38,9 ± 9,9 anos. Para o total da amostra 10,8% dos indivíduos eram irregularmente ativos e 9,2% inativos. Já para os homens 5,9% dos indivíduos eram irregularmente ativos e 29,4% inativos, enquanto que para as mulheres 12,5% eram irregularmente ativas e 2,1% inativas. Em relação à alimentação observou-se que 61,5% dos indivíduos da amostra tinham dieta inadequada, sendo que para os homens esta frequência foi de 64,7% dos indivíduos, enquanto que para as mulheres foi de 60,4%. CONCLUSÃO: Neste estudo a população obesa investigada apresentou em relação ao observado no inquérito VIGITEL (2013) para a população adulta brasileira, uma frequência bem menor de indivíduos irregularmente ativos (10,8% versus 49,4%) e um pouco menor de indivíduos inativos (9,2% versus 16,2%). Em relação ao gênero, neste estudo a prevalência de algum grau de inatividade física foi bem maior em homens quando comparados às mulheres (35,3% versus 14,6%). Quanto à alimentação neste estudo a frequência de indivíduos com dieta inadequada foi também menor quando comparada ao VIGITEL (61,5% versus 76,4%). Neste estudo a quantidade de homens com dieta inadequada foi semelhante à de mulheres (64,7% versus 60,4%). Estes achados mostraram que a dieta inadequada para todos os indivíduos e a inatividade física para os homens indicam que ações no âmbito da ESF para a população estudada deveriam ser norteadas pela educação alimentar e, em parte, por programas de incentivo à prática de atividade física o que pode contribuir para diminuir as situações de vulnerabilidade que esta população está sujeita e prevenir problemas de saúde relacionados à obesidade.