LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE VIDA DA POPULAÇÃO IDOSA DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA DO BAIRRO JÓQUEI I

Autores

  • Marcos Souza Freitas Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Maria Alice Junqueira Caldas Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Amanda Novaes Vieira Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Ariane Aparecida A. Barros Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Elaine Regina P. Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Jordânia Lindolfo Almas Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF
  • Lin Carvalho Schueler Reis Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

Resumo

INTRODUÇÃO: O envelhecimento populacional é considerado um dos maiores desafios da Saúde Pública, principalmente nos países em desenvolvimento. Esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social e da saúde adequada para atender às novas demandas emergentes. Neste sentido, torna-se tão importante conhecer detalhadamente a comunidade idosa e a região que estão inseridas (suas condições socioeconômicas, de saúde, culturais, bem como as condições de infraestrutura ao redor de sua moradia: quantidade de equipamentos públicos, saneamento básico, etc.) para que possam contribuir na elaboração de políticas, programas e ações que atendam as suas especificidades. OBJETIVOS: Realizar um levantamento das condições de saúde, socioeconômicas, culturais e de infraestrutura das moradias da população idosa da área de abrangência de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde - UAPS. METODOLOGIA: A metodologia, baseada em análises quantitativas e qualitativas, consiste no desenvolvimento de quatro etapas: 1) Treinamento dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) para realização de levantamento de idosos restritos ao domicílio, através de um pré questionário que identifique causas e tempo da restrição, idade, com quem reside e presença de cuidador. 2) Aplicação de um questionário, pelos pesquisadores, que registre as condições socioeconômicas, a capacidade funcional e de saúde de todos os idosos selecionados na primeira etapa. 3) Levantamento das condições de infraestrutura ao redor da moradia desses idosos: quantidade de equipamentos públicos, saneamento básico, entre outros. 4) Análise dos dados de forma qualitativa e quantitativa (através de análise de conteúdo e do programa SPSS), apresentação dos resultados e elaboração de diagnósticos e propostas de intervenção juntamente com os profissionais de saúde da UAPS em questão. RESULTADOS: A primeira etapa da pesquisa (que está em andamento) revelou os seguintes dados: o total de idosos na área de abrangência são de 872, sendo 66 restritos ao domicílio. Desses restritos, 35 idosos tem entre 60 e 79 anos e 31 entre 80 e 95 anos. Nove estão acamados e 57, apesar de estarem restritos ao domicílio, não são acamados. O motivo principal da restrição ao domicílio foi o AVC, seguido de Alzheimer e distúrbios osteomusculares. A grande maioria mora com filhos, sendo que 15 moram com seu conjugue e 13 moram sozinhos. Em relação ao tempo de restrição no domicílio, 31 idosos (a maioria da amostra pesquisada) estão nessa condição há menos de três anos, 14 de três há cinco anos e 14 de seis há nove anos (sete idosos não souberam informar). Tais informações preliminares sugerem a necessidade de aprofundar as análises na perspectiva de, entre outras possibilidades, propor categorizações, de acordo com o estado de vulnerabilidade, que permitam maior impacto das ações individuais e coletivas, na saúde desses idosos. CONCLUSÃO: Nesta primeira etapa já é possível perceber a importância do conhecimento do perfil dos idosos, para melhor planejamento das ações. A análise inicial apresenta 7,5 % da população idosa com restrição ao domicílio, o que aponta para a necessidade de intervenções intersetoriais e multidisciplinares (em especial da fisioterapia) para a elaboração de ações que favoreçam o cuidado dessa população idosa.