NÚCELO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA E A ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA: DUAS REALIDADES DISTINTAS

Autores

  • Simone Beatriz Pedrozo Viana UNIVALI
  • Artur Lopes UNIVALI
  • Luciano Bernardes Júnior UNIVALI
  • Renan Seára Salvini UNIVALI
  • Vitor Hugo Pastorello UNIVALI
  • Danieli Fabrícia Pereira UNIVALI

Resumo

INTRODUÇÃO: O Sistema Único de Saúde - SUS é sem dúvida a maior política pública inclusiva implantada no Brasil no século XX e em fase de desenvolvimento. Com a missão de ser resolutivo, tem ampliado a cada dia o escopo de suas ações, haja vista os investimentos na rede de assistência à saúde, dentre estas se destaca a Política Nacional de Atenção Básica. Além da equipe que compõe a Estratégia Saúde da Família, a Atenção Primária a Saúde pode contar com a participação do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), no qual está prevista a participação do fisioterapeuta, até pouco tempo não contemplado neste nível de atenção. OBJETIVOS: Analisar a atuação dos fisioterapeutas no NASF em dois municípios da meso-região do Vale do Rio Itajaí. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa realizado a partir de entrevistas semi-estruturadas. RESULTADOS: Os resultados da pesquisa evidenciam que os municípios estudados apresentam realidades distintas, sendo um deles, denominado de munícipio A, compatível com as diretrizes e princípios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Nas entrevistas ficou claro que o NASF compõe a rede de serviços de saúde e está integrada à atenção básica como apoio a ESF, os fisioterapeutas realizam visitas domiciliares, matriciamento, atividades de promoção de saúde individual e em grupos, entre outras. Estes profissionais participam da especialização em Saúde da Família pelo UNASUS e atribuem ao investimento em educação permanente a qualificação profissional com vistas à consolidação da Política Nacional de Atenção Básica. Já os fisioterapeutas do NASF do outro município, encontram-se bastante distante da atuação desejada, ou seja, sem efetiva ação na atenção básica, estando voltados para atenção especializada, em Centro de Referência Especializado. Quanto aos motivos da distorção da atuação no munícipio B destacam-se a forma de ingresso no serviço público, originalmente em atividade especializada e repentinamente credenciados ao NASF; o pouco conhecimento de alguns profissionais sobre o processo de trabalho no nível da atenção primária; a formação biologicista e fragmentada dificultando mudanças no modelo de atenção, consequentemente perpetuando atendimentos individuais; a falta de investimento do município em capacitação para este espaço de atuação. CONCLUSÃO: Apesar da expansão do NASF e das possibilidades de atuação do fisioterapeuta na atenção básica, existem muitos desafios a serem vencidos, alguns dizem respeito à formação profissional, outros a gestão das políticas municipais de saúde.