QUALIDADE DE SONO E SUA RELAÇÃO COM FADIGA EM INDIVÍDUOS COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

Autores

  • Bianca Luteski
  • Danielle Brandalize
  • Luciano Pavan Rossi
  • Michelle Brandalize Faculdade Campo Real

DOI:

https://doi.org/10.18310/2358-8306.v4n7.p40

Palavras-chave:

esclerose múltipla, fadiga, sono.

Resumo

Introdução: Oitenta por cento dos indivíduos com Esclerose Múltipla (EM) apresentam fadiga, a qual costuma ser um dos sintomas mais debilitantes. Além disso, problemas relacionados ao sono também são comuns nesses indivíduos.  Objetivo: Verificar a relação entre qualidade de sono e fadiga em indivíduos com EM. Método: Dez indivíduos de ambos os sexos com idade média de 35.0 ± 8.77 anos com diagnóstico de EM do tipo remitente-recorrente e que apresentavam fadiga pela escala de severidade da fadiga (?28) participaram do estudo. Os instrumentos utilizados foram o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP) e Escala Modificada de Impacto da Fadiga (MFIS), a qual avalia os efeitos da fadiga nas funções físicas, cognitivas e psicossociais. A duração de sono, a siesta e sonolência diurna foram obtidos através do auto-relato. Resultados: 70% dos participantes apresentaram qualidade de sono ruim (IQSP >5), as médias de duração de sono foram maiores nos finais de semana (9,6h) quando comparados aos dias de semana (7,8h). Todos os participantes relataram sonolência diurna e 90% relataram o hábito da siesta. Não houve correlação entre qualidade de sono e o escore total da fadiga (MFIS) (r=0.23, p=0.51), porém foi observada correlação entre qualidade de sono e o dominio fadiga psicossocial (r=0,69, p=0,026). Conclusão: Não houve correlação entre qualidade de sono e escore de fadiga total, entretanto, as formas de compensação do sono como a siesta podem ter influenciado nesse resultado. Contudo, houve correlação moderada entre qualidade de sono e fadiga psicossocial.

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Publicado

06-09-2017