OS EFEITOS DO TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO EM MULHERES CLIMATÉRICAS

Autores

  • Henrique Barin Ellensohn Centro Universitário Franciscano
  • Simone De Oliveira Zambarda Centro Universitário Franciscano
  • Ana Flávia Portella Jardim Centro Universitário Franciscano
  • Letícia Fernandez Frigo Centro Universitário Franciscano

Resumo

INTRODUÇÃO: O Câncer incide sobre a população de forma avassaladora em função da transição demográfica, bem como do aumento da exposição da população a agentes cancerígenos no meio ambiente. O câncer de colo de útero é a segunda neoplasia mais comum entre as mulheres, sendo mais frequentemente diagnosticado na quinta década de vida. As modalidades terapêuticas, no decorrer de suas aplicações, levam a diversas disfunções uroginecológicas consequentes dos procedimentos cirúrgicos e demais terapias. OBJETIVOS: o objetivo deste trabalho é investigar a ocorrência de disfunções uroginecológicas após o tratamento do câncer de colo de útero. METODOLOGIA: Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Franciscano sob o número de registro: 223.285. Todas as participantes envolvidas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A pesquisa desenvolvida foi do tipo, descritiva com abordagem quantitativa sendo do tipo não probabilística acidental. Participaram da pesquisa nove mulheres no período climatérico, que realizaram tratamento do câncer do colo de útero cirúrgico ou conservador há no máximo cinco anos. Foi aplicado o GRISS: Inventário de satisfação sexual de Golombok e Rustde satisfação sexual. RESULTADOS: Com base nos resultados obtidos pode-se apontar que a radioterapia foi o tratamento mais indicado entre as participantes. Os sintomas relatados por essas mulheres após os tratamentos realizados foram diminuição da lubrificação onde sete das participantes obtiveram seguido de estenose e IU com seis pode-se verificar também que dispareunia foi relatado por cinco, das participantes assim como quatro relataram presença de linfedema e Incontinência fecal (IF) e vaginismos obtiveram três de ambas sintomatologias. Em relação as frequências dos eventos abordados no GRISS pode-se perceber que das nove voluntárias sete não tinham parceiro, por isso não mantinham relação sexual após o CCU, apenas duas mantiveram relações conjugais após descobrirem o diagnóstico do câncer. CONCLUSÃO: Neste estudo pode-se analisar os efeitos que o CCU acarretou nas participantes desta pesquisa, ocasionando algumas disfunções como dispareunia, estenose, vaginismo, diminuição da lubrificação, incontinência urinária, incontinência fecal e linfedema. Não houve correlação significativa entre os tratamentos realizados e os sintomas relatados pelas voluntárias. Também não incidiu relevância entre a idade e o tempo de diagnóstico. No GRISS: Inventário de satisfação sexual de Golombok e Rust foi encontrado certa dificuldade nas interpretações dos questionamentos, pois a grande maioria das voluntárias relatarem não terem tido relação sexual após o diagnóstico do câncer. Sugerem-se novos estudos com maior amostra para comprovar estatisticamente os efeitos que os tratamentos do CCU acarretam na qualidade de vida, no meio social, e na vida sexual com seu parceiro.