PERFIL DOS USUÁRIOS PORTADORES DE FERIDAS EM MEMBROS INFERIORES CADASTRADOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Vladimir Lopes de Souza Centro Universitário De Barra Mansa - UBM
  • Juliana de Oliveira Souza Centro Universitário De Barra Mansa - UBM
  • Bruno Castro de Oliveira Centro Universitário De Barra Mansa - UBM

Resumo

INTRODUÇÃO: As úlceras de membros inferiores são um problema de saúde prevalente, descrito na literatura desde a antiguidade, e que atualmente constituem causas frequentes entre lesões crônicas. As úlceras constituem um sério problema de saúde pública no Brasil, uma vez que o elevado número de pessoas acometidas contribui para onerar o gasto público no Sistema Único de Saúde (SUS), além de interferir na qualidade de vida da população. O aumento da expectativa de vida e a associação de patologias degenerativas e crônicas como o diabetes mellitus (DM) e a obesidade, contribuem para o crescente número de casos de úlceras, que são mais comuns nas mulheres, em indivíduos com predisposições e na faixa etária entre 65 e 70 anos. A ESF, do Ministério da Saúde, propõe uma mudança no modelo assistencial tradicional a partir de ações voltadas para a atenção primária centrada na família, através de equipe multiprofissional que deve estar preparada para conhecer a realidade das famílias, suas características sociais, demográficas e epidemiológicas; prestar assistência integral e desenvolver processos educativos, ampliando o vínculo da população com os profissionais, aumentando a qualidade e abrangência do trabalho realizado, além de buscar a satisfação do usuário. O reconhecimento do perfil clínico dos pacientes com úlceras pode contribuir para o desenvolvimento de novas diretrizes para o seu tratamento, além de permitir um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, reduzindo os gastos e o tempo com o tratamento OBJETIVOS: Avaliar o perfil de um grupo de usuários do SUS cadastrados e acompanhados pela ESF portadores de feridas em membros inferiores. METODOLOGIA: Foram entrevistados 21 usuários portadores de feridas crônicas em membros inferiores cadastrados em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), de ambos os sexos e com idade entre 40 e 80 anos. A coleta de dados foi realizada utilizando um questionário elaborado pelos próprios autores, que buscavam informações referentes a aspectos socioeconômicos, cuidados relacionados aos próprios usuários e a Estratégia Saúde da Família que presta serviço aos portadores. RESULTADOS: A maior prevalência de feridas está na faixa etária entre 60 a 69 anos (38%) e o número de homens portadores (57%) é maior que o de mulheres (43%). A maioria dos usuários possui ensino fundamental incompleto (48%), e tem renda mensal de 01 a 02 salários mínimos (81%). A maioria dessas feridas é crônica e a troca do curativo é realizada diariamente a domicílio. Ao serem questionados sobre a atenção prestada pela ESF, todos os usuários afirmaram que recebem atenção necessária ao tratamento. CONCLUSÃO: Não basta ter o acesso aos serviços de saúde, o indivíduo e a família devem ser sensibilizados para a necessidade do cuidado com a ferida, a fim de controlar as doenças crônicas que resultam na lesão e permitir um melhor desenvolvimento do processo cicatricial. Além disso, considera-se que a prevenção das feridas crônicas deve ser prioridade nas ações de saúde pública no país.