PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE CUIDADORES DE CRIANÇAS COM DISFUNÇÕES NEUROMOTORAS NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS DA PARAÍBA (APAE/PB)

Autores

  • Patrícia Meireles Brito Universidade Federal da Paraíba - UFPB
  • Neide Maria Gomes de Lucena Universidade Federal da Paraíba - UFPB
  • Susana Lígia da Silva Rodrigues Universidade Federal da Paraíba - UFPB
  • Eliene Martins de Lira Universidade Federal da Paraíba - UFPB
  • Rafaela Vitória Pereira Felipe Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Resumo

INTRODUÇÃO: Segundo o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), que 24% da população brasileira total se declararam com alguma incapacidade ou deficiência, correspondendo a 45,6 milhões de pessoas, o qual 13 milhões são indivíduos com deficiência motora (IBGE, 2010). As crianças com necessidades especiais necessitam de cuidados contínuos de natureza complexa que podem ser levadas como desafio para seus cuidadores (PRUDENTE 2010). Portanto fatores como a renda familiar, idade, grau de parentesco e escolaridade do cuidador, recebimento de benefícios, estilo de vida entre outros, influenciam de forma direta na saúde desses cuidadores. Os cuidadores, em sua maior parte mães, alteram sua vida para proporcionar uma melhor condição para a criança, de forma a renunciar seu papel social como, por exemplo, seu trabalho e dedicando-se maior parte do seu tempo à criança, de modo a repercutir a renda familiar. Esses fatores podem levar a maior sobrecarga física e emocional, afetando assim sua saúde. OBJETIVOS: Analisar o perfil sociodemográfico em cuidadores com disfunções neuromotoras na associação de pais e amigos dos excepcionais da Paraíba (APAE/PB). METODOLOGIA: Trata-se de um trabalho descritivo com embasamento quantitativo, o qual foi analisado 50 cuidadores de crianças com disfunções neuromotoras na Associação dos Excepcionais da Paraíba (APAE/PB). Com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), segundo a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CAAE: 03808312.0.0000.5183). Foi aplicado o questionário Sóciodemográfico do Cuidador e a análise dos dados foi realizada por meio do software SPSS 20.0. RESULTADOS: Nesta amostra foi constatado que a maioria é do sexo feminino (96%), cujo grau de maior parentesco é mãe (n=47), idade mínima de 25 anos e máxima de 67 anos, média de 39 anos e desvio padrão = 9,896. A maioria é casada (n= 32) e possui o grau de ensino médio completo (n=18), além disso, 76% dedicam-se todo o período do dia à criança (n=38), portanto 64% definiu sua profissão/ocupação como dona do lar (n=32). Com uma média de dois filhos e 1.8 salários mínimos, 62% não recebem algum tipo de benefício. Pode-se observar também que 44% (n=22) utilizam o carro da família para se deslocar com a criança, e 24 (48%) dos 50 cuidadores auxiliam a criança parcialmente no translado, porém 66%, como hábitos de vida, são sedentários (n=33). CONCLUSÃO: As variáveis sociodemográficas podem afetar o estado de saúde dos cuidadores de crianças com disfunções neuromotoras, pois o desenvolvimento tardio da criança especial necessita de demandas constantes que atendam às suas necessidades. Para isso uma boa estrutura familiar, tanto afetivo quanto econômico, e um estilo de vida mais saudável associam a uma vida mais saudável a esses cuidadores, o que podem também refletir no desenvolvimento da criança.