PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E DOENÇAS AUTORREFERIDAS DE IDOSOS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE FISIOTERAPIA EM ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA

Autores

  • Juliana Rosini da Silva UNESP
  • Vanessa Tiemi Haro UNESP
  • Mariane Fatima da Silva Araujo UNESP
  • Sandra Regina da Silva UNESP
  • Alessandra Lemes Barcala Soléra UNESP
  • Eliane Ferrari Chagas UNESP
  • Cláudia Regina Sgobbi de Faria UNESP
  • Renilton José Pizzol UNESP

Resumo

INTRODUÇÃO: No Brasil o aumento da população idosa tornou-se um desafio para a saúde pública atual. Esta mudança de perfil populacional tem gerado novas demandas de atenção voltadas para a promoção à saúde do idoso, a fim de favorecer um envelhecimento saudável. O fisioterapeuta pode contribuir para esse envelhecimento saudável utilizando atividades terapêuticas de caráter integral que visam a maior independência do idoso. Neste contexto a atuação do fisioterapeuta na atenção básica é imprescindível, fazendo-se necessário que esse profissional conheça as características sociodemográficas e as doenças existentes da população para direcionar a orientação e o atendimento e melhor atender as expectativas dos usuários quanto à terapia utilizada. OBJETIVOS: Investigar o perfil sociodemográfico e de doenças autorreferidas de idosos participantes de um programa de fisioterapia de um serviço de residência em uma ESF. METODOLOGIA: Estudo quantitativo descritivo de caráter transversal com população composta por 14 indivíduos de ambos os sexos, integrantes do programa preventivo de exercícios supervisionados realizado em uma ESF no município de Presidente Prudente-SP, atendidos pelo Serviço de Residência em Fisioterapia da FCT/UNESP. Os usuários do serviço foram interrogados por meio de ficha de avaliação com questões sobre aspectos sociodemográficos (sexo, idade, raça, estado civil, escolaridade e situação ocupacional) e doenças autorreferidas. Para análise estatística foi utilizada a análise de frequência relativa (%) das variáveis investigadas. RESULTADOS: Participaram deste estudo 14 indivíduos, sendo 12 mulheres e dois homens, com idade de 66,6 + 10,2 anos. Quanto: à raça 57,1% se consideraram brancos, 35,7% pardos e 7,1% negros; ao estado civil 78% eram casados, 7,1% eram solteiros e 7,1% eram viúvos; à escolaridade 7,1% eram analfabetos, 50% tinham ensino fundamental incompleto, 28,5% fundamental completo, 7,1% tem ensino médio incompleto e 7,1% ensino médio completo; à situação ocupacional 50% tinham aposentadoria, 42,8% não tinham aposentadoria e 7,1% tinham atividade remunerada. Em relação à atividade ocupacional 42,8% quando ativos trabalhavam na profissão de doméstica, 21,4% sempre trabalharam no lar, 14,2% trabalharam com serviços gerais, 7,1% foram motoristas, 7,1% agentes penitenciários e 7,1% agricultores. Quanto às doenças autorreferidas associadas, as de maiores incidências foram: hipertensão arterial sistêmica (em 85,7% dos indivíduos), veias varicosas (57,1%), doenças reumáticas (42,8%) e arritmia cardíaca (35,7%). Quanto à dor 71,4% relatam sentir algum tipo de dor sendo que em 57,1% em região da coluna vertebral e em 42,9% de origem muscular. CONCLUSÃO: Os usuários atendidos pelo serviço de fisioterapia têm perfil feminino, raça branca, são casados, apresentam baixa escolaridade, e ao longo da vida tiveram trabalhos fisicamente desgastantes. Em relação às doenças foram observadas maior incidência de doenças crônicas típicas do envelhecimento e, no caso desta população, da natureza do trabalho.Estes achados indicam que o conhecimento do perfil sociodemográfico e epidemiológico da população idosa podem permitir ao fisioterapeuta conhecer as relações de causalidade envolvidas no processo saúde-doença do idoso e possibilitar uma maior qualificação do atendimento fisioterapêutico no âmbito da atenção básica em saúde.