AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO ASSOCIADOS COM A ELEVAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA EM CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS DE CENTROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA ILHA DOS VALADARES - PR

Autores

  • Bruno dos Santos Silva Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Alini Ioris Cavalcanti Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Carolina de Moraes Oliveira Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Tainá Ribas Melo Universidade Federal do Paraná - UFPR
  • Marcos Claudio Signorelli Universidade Federal do Paraná - UFPR

Resumo

INTRODUÇÃO: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a doença crônica que apresenta maior prevalência no mundo, além disso, é um fator de risco importante e independente para doença cardiovascular, cerebrovascular, como o, Acidente Vascular Encefálico e doença renal. Conforme as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010), a medida da Pressão Arterial (PA) em crianças é recomendada em toda avaliação clínica após os três anos de idade, pelo menos anualmente, como parte do seu atendimento pediátrico primário. Este estudo evidencia a atuação profissional do fisioterapeuta na Atenção Primária à Saúde (APS), prevenindo acometimentos e/ou complicações futuras e transcendendo um processo de formação meramente voltado à reabilitação. OBJETIVOS: Avaliar os fatores de risco relacionados com a elevação da pressão arterial sistêmica em crianças de 3 a 5 anos, sensibilizando a população sobre a importância da promoção/prevenção em saúde da mensuração da pressão arterial nos atendimentos pediátricos. METODOLOGIA: Pesquisa quali-quantitativa transversal, realizada mensalmente num período trimestral. Foram avaliados 90 sujeitos com idade entre 3 a 5 anos, matriculados em Centros Municipais de Educação Infantil da Ilha dos Valadares (município de Paranaguá - PR). Os itens avaliados foram: PA, Frequência Cardíaca, Cirtometria abdominal, Índice de Massa Corporal e aplicado um questionário referente aos hábitos de vida dos sujeitos da pesquisa aos responsáveis. Para as avaliações, foram utilizados materiais lúdicos e os pesquisadores não utilizaram avental branco. RESULTADOS: Os principais achados demonstram que embora grande parte dos sujeitos avaliados apresentarem valores normais de PA para a faixa etária (56%), a porcentagem dos que apresentaram valores pressóricos limítrofes, foi relevante (37%), podendo ser um fator de risco a médio e longo prazo para doença cardiovascular, mesmo não havendo indivíduos com percentis acima para as faixas etárias, não havendo diferença relevante, entre os gêneros. 15% dos indivíduos apresentaram sobrepeso, sendo que destes 53% apresentaram PA limítrofe. Quanto à circunferência abdominal, o gênero feminino esteve na classificação alta entre as idades de 3 e 4 anos. Já o gênero masculino esteve na classificação baixa em todas as faixas etárias. Relacionando os gêneros, o feminino apresentou uma prevalência maior tanto de circunferência abdominal alta como da normal, cerca de 45% alta e 26% normal, e no masculino somente 15% alta e 15% normal. Quanto a atividade física, dos sujeitos que apresentaram PA limítrofe, 28% praticam atividade física, 43% não praticam e 30% não responderam. 14% dos responsáveis relataram não saber o que significa HAS. CONCLUSÃO: Chama a atenção o número de sujeitos que apresentaram pressão arterial limítrofe, portanto, é necessário que haja prevenção desde a infância, para que esses indivíduos não desenvolvam a patologia e sejam suscetíveis às suas complicações futuramente, já que os hábitos de vida atualmente encontram-se modificados. É fundamental haver a quebra de paradigmas do profissional fisioterapeuta, através de mais pesquisas e formação acadêmica na área de APS. É preciso ser dado mais atenção na importância da mensuração da P.A desde a infância, assim como também, a necessidade de mais programas nas escolas, visando a prevenção, assim como estudos em outras regiões do país.