DESEMPENHO ACADÊMICO: ASSOCIAÇÃO COM SAÚDE E BEM-ESTAR DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

Abstract

Introdução: A educação em saúde surgiu como estratégia para promover saúde e prevenção primária e secundária. Adota como prática social a problematização do cotidiano, a valorização da experiência dos indivíduos e grupos, tendo como referência a realidade na qual eles estão inseridos. Tal estratégia tem como foco final, criar o senso de responsabilidade individual pela própria saúde e exige, acima de tudo, desenvolver no sujeito a consciência sobre sua saúde e a influência de seus hábitos e comportamentos como fatores determinantes no processo de saúde/doença individual e coletivo. Nesse contexto, essa pesquisa adotou como hipótese que os indicadores de saúde positiva como: alta conscientização de saúde, baixo nível de queixas, alto nível de saúde subjetiva e comportamentos conducentes à saúde estão associados a resultados acadêmicos positivos. Esse trabalho considerou a relevância das tensões da vida acadêmica e a realização educacional como desencadeantes de doenças mentais em estudantes do ensino superior. Objetivo: Avaliar a associação entre consciência de saúde, comportamento de saúde e estado de saúde subjetivo ao desempenho acadêmico. Metodologia: Participaram do estudo 73 acadêmicos do curso de fisioterapia da FESV, entre outubro e novembro de 2017. As variáveis independentes incluíram: consciência de saúde, comportamento de saúde, estado de saúde subjetivo e satisfação dos alunos com a sua experiência educacional. As variáveis independentes incluíram três resultados do desempenho escolar. As variáveis quantitativas foram expressas como média ± DP e as qualitativas foram expressas em valores percentuais. Uma probabilidade de p <0,05 foi considerada estatisticamente significante. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences for Windows (SPSS), versão 22.0. Resultados: As análises de regressão multivariada, não associaram a satisfação dos estudantes com suas experiências educacionais a nenhum dos três indicadores de desempenho educacional (nota real do módulo; desempenho próprio percebido; importância de obter boas notas). As associações de satisfação educacional, saúde, comportamentos de saúde, queixas de saúde, parâmetros financeiros e os três resultados do desempenho educacional não diferiram entre os estudantes do sexo masculino e feminino. Cada um dos comportamentos de saúde, saúde, queixas de saúde e parâmetros financeiros foram seletivamente associados a apenas alguns, mas não todos os três indicadores do desempenho educacional dos alunos. A importância apresentou associação com maior extensão de manter um olho na saúde de uma pessoa (p = 0,027) e maior classificação do próprio desempenho acadêmico (p = 0,000). O desempenho apresentou associação com maior nível de saúde geral (p = 0,035), maior importância de ter boas notas (p = 0,001) e maior marca de módulo alcançada (p = 0,000). A nota real do módulo apresentou associação com maior classificação do próprio desempenho acadêmico (p = 0,043). Conclusão: Os resultados apoiam uma estrutura conceitual que sugere relações recíprocas entre saúde, comportamento de saúde e realização educacional. Suportando a importância da conscientização de hábitos e comportamentos da população como fator de saúde.