VMNI DIMINUI TEMPO DE PERMANÊNCIA DO DRENO TORÁCICO: ENSAIO CONTROLADO, RANDOMIZADO E CEGO

Autores

  • Elinaldo da Conceição dos Santos Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá-AP / Universidade Cidade de São Paulo – UNICID
  • Marcela Brito Vidal Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
  • Juliana de Souza da Silva Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá-AP
  • Marcus Titus Trindade de Assis Filho Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá-AP
  • Moisés de Castro Monte Faculdade de Macapá – FAMA, Macapá-AP
  • Adriana Cláudia Lunardi Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo-SP / Universidade de São Paulo – USP, São Paulo-SP

Palavras-chave:

RPPI, Derrame Pleural, Cirurgia Torácica

Resumo

Introdução: Entre as técnicas de reabilitação respiratória e expansão pulmonar, a pressão positiva não invasiva intermitente é usada na prevenção e tratamento de distúrbios respiratórios tais como: atelectasias, pneumonias e derrames pleurais. Objetivo: Testar o efeito da pressão positiva não invasiva nas vias aéreas adicionada à fisioterapia respiratória convencional (FTC) na resolução do derrame pleural após drenagem torácica. Materiais e Métodos: Ensaio controlado, aleatorizado e com avaliação cega (Clinical Trial: NCT02246946) envolveu 150 pacientes com derrame pleural, submetidos à drenagem torácica dentro de 24h alocados aleatoriamente em 3 grupos: G1=Pressão positiva não invasiva com 15 cmH2O + FTC (n=51), G2=FTC (n=50) e G3=Controle (intervenção sham: pressão positiva com 4 cmH2O, n=49). A FTC envolveu técnicas de higiene brônquica (Shaker em 5 séries de 10 vezes) e expansão pulmonar (Triflo em 5 séries de 20 vezes) e deambulação por 100 metros. Os pacientes receberam 3 intervenções diárias durante 7 dias consecutivos ou até a remoção do dreno. Foram avaliados diariamente o débito de drenagem e raio-x (critério para remover do dreno: débito em 24h ?200ml + expansão pulmonar completa no raio-x). Até a alta hospitalar, foram registrados: dias de drenagem, tempo de internação, complicações pulmonares (pneumonia, atelectasia e encarceramento pulmonar), uso de antibiótico e efeito colateral como fistula aérea e aerofagia. Os custos do tratamento também foram estimados. Os avaliadores e estatístico foram cegos em relação a alocação dos pacientes. Os testes estatísticos usados foram ANOVA, Kaplan-Meier e Qui-quadrado. Nível de significância p<0,05. Resultados: Todos os grupos eram similares quanto à idade, sexo, causa de derrame pleural e IMC (p>0,05). O G1 apresentou menos dias de drenagem (4±2 x 6±6 x 6±3; p<0,001) e tempo de internação (5±4 x 7±7 x 7±6; p<0,001) comparado aos G2 e G3. Além disso, G1 teve menor necessidade de antibiótico (15% x 36% x 47%; p<0,001) e menor taxa de pneumonia (5% x 45% x 50%; p=0,01) comparado aos G2 e G3. Os custos hospitalares no G1 foram 14% menores do que G3 e 20% menores do que G2. A taxa de efeitos colaterais foi similar no G1, G2 e G3 (9% x 2% x 6%; p=0,27), respectivamente. Conclusão: A adição de pressão positiva não invasiva à fisioterapia respiratória convencional diminui o tempo de drenagem torácica e de hospitalização, taxa de pneumonia, uso de antibiótico e custos hospitalares em pacientes com derrame pleural drenado.