AVALIAÇÃO DO GRAU DE SOFRIMENTO EMOCIONAL EM VIVER COM DIABETES MELLITUS

Autores

  • Tamara Silva Sousa Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá, Amapá
  • Ariely Nunes Ferreira de Almeida Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Macapá, Amapá

Palavras-chave:

Diabetes Mellitus, Qualidade de Vida, Promoção da Saúde

Resumo

Introdução: Diabetes mellitus (DM) é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia, como resultado de defeitos na ação e/ou secreção da insulina. É um sério e alarmante problema de saúde pública mundial pelas crescentes taxas de prevalência, mortalidade e impacto sobre a qualidade de vida. Objetivo: Avaliar o grau de sofrimento emocional de diabéticos assistidos pela UBS Dr. Lélio Silva, Macapá/AP. Materiais e Métodos: Estudo de campo, transversal. Coletaram-se dados sociodemográficos/clínico e utilizou-se a versão brasileira da Escala PAID (Problems Areas in Diabetes Scale), o B-PAID, para avaliar aspectos da qualidade de vida e problemas emocionais relacionados a viver com a doença e seu tratamento. Resultados: Dos 15 DM tipo 2, 8 (53,3%) mulheres e 7 (46,7%) homens; média de idade 61,1 ±10,8 anos; 60% pardos; 40% casados/união estável; 66,7% com ensino fundamental incompleto; 66,7% ocupam-se com os afazeres de casa e/ou são aposentados; 53,3% possui renda até 2 salários mínimos; 40% tem até 5 anos de DM. Os fatores de risco da doença mais citados foram tabagismo, sedentarismo, sobrepeso/obesidade, antecedência familiar de DM e hipertensão arterial. As principais complicações da doença são neuropatia e o pé diabético, alterações visuais e renais, acidente vascular encefálico, cardiopatia isquêmica e hipertensão arterial. Para análise do B-PAID considerou-se como ponto de corte o escore 40 (?40 baixo grau de sofrimento emocional; ?40 alto grau de sofrimento emocional). De forma geral, 66,7% dos diabéticos (3 mulheres e 7 homens) apresentaram escore abaixo de 40, indicando baixo grau de sofrimento emocional; enquanto que, 33, 3% (5 mulheres) obtiveram escore acima de 40 pontos, indicando alto grau de sofrimento emocional. Por sua vez, a média e mediana dos escores entre os sexos foram: mulheres (escore médio 46,56 ±28,68; mediana 46.25 pontos) e homens (escore médio 19,10 ±11,60; mediana 16,25 pontos). O Teste U de Wilcoxon-Mann-Whitney foi estatisticamente significativo (p = 0.049), revelando que houve diferença nos graus de sofrimento emocional entre as mulheres e os homens diabéticos investigados neste estudo, sendo as mulheres mais comprometidas nesse aspecto da qualidade de vida. Conclusão: Problemas emocionais estão presentes no cotidiano do viver com o diabetes e devem ser priorizados no cuidado a estes indivíduos, pois causam grande sofrimento e podem influenciar negativamente na adesão ao tratamento da doença.