FUNÇÃO RESPIRATÓRIA E NÍVEL DE DOR EM PACIENTES COM DRENAGEM TORÁCICA POR DERRAME PLEURAL

Autores

  • Elinaldo da Conceição dos Santos Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá-AP / Universidade Cidade de São Paulo – UNICID
  • Marcela Brito Vidal Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
  • Juliana de Souza da Silva Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá-AP
  • Marcus Titus Trindade de Assis Filho Universidade Federal do Amapá – UNIFAP, Macapá-AP
  • Moisés de Catro Monte Faculdade de Macapá – FAMA, Macapá-AP
  • Adriana Cláudia Lunardi Universidade Cidade de São Paulo – UNICID / Universidade de São Paulo – USP, São Paulo-SP

Palavras-chave:

Testes de função respiratória, Dor, Cirurgia Torácica

Resumo

Introdução: Pacientes com derrame pleural são tratados muitas vezes com a colocação do dreno torácico no espaço pleural. Isto pode provocar dor e prejudicar a função respiratória; contudo, poucos estudos descrevem com clareza estas relações. Objetivo: Avaliar o impacto da drenagem torácica na função pulmonar, mobilidade torácica e no nível de dor em pacientes com derrame pleural. Materiais e Métodos: Estudo transversal com 51 pacientes drenados para tratar derrame pleural. Foram incluídos pacientes acima de 18 anos, sem fratura de arcos costais e independentes para a deambulação. A avaliação da função pulmonar foi realizada pela espirometria, seguindo as diretrizes internacionais e as variáveis, capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1) e pico de fluxo expiratório (PFE) apresentadas em percentual do predito para brasileiros. A mobilidade torácica foi avaliada pela cirtometria (diferença entre expiração máxima e inspiração máxima) no nível axilar, xifoídeo e de cicatriz umbilical, sendo considerado normal uma mobilidade de 5 cm em todos os níveis. Foram realizadas 3 medidas em cada nível e utilizado o maior valor obtido. Para a avaliação da intensidade de dor foi utilizada a Escala Visual Analógica de zero a dez pontos. Foi considerada dor intensa se ? 7 pontos, moderada entre 6 e 3 e leve se < 3 pontos. Os dados foram submetidos à análise descritiva e estão apresentados em média ± desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil (IQ) 25%-75%. Resultados: Nossos pacientes eram 86% homens, idade=32,14±12,17anos, IMC=25,1±4,6Kg/m2, 75% tabagistas com carga=7,62±8,8maços*ano. Na análise do impacto de drenagem torácica na função pulmonar, observamos CVF=53% (47 - 80%), VEF1=48% (41 - 70%) e PEF=32% (23 - 53%). Em relação à mobilidade torácica, observamos uma amplitude no nível axilar=1,4cm (0,9 - 2,2cm), no nível xifoídeo=1,1cm (0,0 - 1,3cm) e no nível abdominal=1,0cm (0,0-2,4cm). Apenas 2 pacientes alcançaram 5 cm de mobilidade, 1 xifoídea e 1 abdominal. Além disso, o nível de intensidade da dor observado foi de 7 pontos (5-9 pontos), sendo que 57% referiu dor intensa, 33% dor moderada e 10% dor leve. Conclusão: A drenagem torácica causa diminuição da função pulmonar e da mobilidade torácica, além de dor de moderada a intensa. Portanto, esses pacientes parecem ser mais propensos a atelectasias e pneumonias, porém, o controle da dor deve sempre estar associado ao tratamento de expansão pulmonar para melhora do quadro geral dos mesmos.