Análise dos níveis de escolaridade nos casos de sífilis na gestação e sífilis congênita, no Brasil, 2010-2019
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2022v8n3p221-238Palavras-chave:
Sífilis, Sífilis Congênita, Escolaridade, Atenção primária à saúde, Promoção da Saúde.Resumo
Objetivo: Analisar a relação da escolaridade em casos de sífilis na gestação e congênita no Brasil. Métodos: Estudo observacional analítico retrospectivo, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, coletados entre os meses de março e abril de 2021, referente ao período de 2010-2019, tabulados em planilhas do programa Microsoft Excel 2016. No tratamento estatístico, utilizou-se o software Join Point, analisando as tendências em Variações percentuais anuais (Annual Percentage Change) e em Variação percentual anual média (Average Annual Percentage Change). Resultados: No período analisado, as tendências de sífilis na gestação, em mulheres com escolaridade ? 8 anos, apresentou em âmbito nacional e regiões Norte e Nordeste, comportamento significativamente crescentes a partir do Fundamental completo. As regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentaram tendência significativamente crescente nas categorias de escolaridade Médio incompleto e completo, Superior incompleto e completo. Quanto à análise acerca sífilis congênita, há tendências significativamente crescentes nas mães com de 8 anos ou mais de estudo formal no Brasil e nas regiões Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul. Acerca da sífilis congênita na região Norte análise estatística aponta às tendências crescentes das categorias de escolaridade Fundamental completo, Médio incompleto e completo, enquanto as categorias Superior incompleto e completo apresentam tendências estacionárias. Conclusões: Tradicionalmente, os casos de sífilis na gestação e sífilis congênita estão associados a baixa escolaridade. Entretanto, o aumento médio da escolaridade da população brasileira e a incidência elevadas dos casos, apontam para a necessidade a reorganização das estratégias de prevenção e controle dessa IST.Referências
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