Territorialização como estratégia pedagógica para graduação: relato de experiência no ensino de saúde coletiva
DOI:
https://doi.org/10.18310/2446-4813.2025v11n2.4216Palavras-chave:
Territorialização, Determinantes Sociais de Saúde, Saúde Coletiva, Saúde da Família, PlanejamentoResumo
A experiência foi realizada no primeiro semestre dos anos de 2020 e 2021, com graduandos em Saúde Coletiva de uma universidade estadual do Pará. Teve como objetivo a reflexão dos discentes sobre a territorialização a partir da observação realizada nos territórios em que vivem, reconhecendo os determinantes sociais da saúde e como esses determinantes afetam esses espaços vivos em tempos de pandemia de Covid-19. Realizou-se a territorialização de uma microárea empírica. No primeiro momento, definiu-se o espaço geográfico, com limites de ruas, utilizando mapas da web e plotagem da microárea. No segundo, realizou-se observação a partir de um roteiro, caracterizou-se moradias, registrou-se a distância até a unidade de saúde, recursos comunitários, acúmulo de lixo, água parada e esgoto a céu aberto. Finalmente, construiu-se o portfólio a partir dos determinantes existentes em cada território. Totalizando 34 discentes, sendo 17 do primeiro e do terceiro semestre, 95% conseguiram construir o mapeamento de onde residem na perspectiva de uma microárea empírica, definindo os limites desta e observando de forma minuciosa todos os aspectos presentes no roteiro de observação proposto na disciplina. Nesse sentido, o portfólio foi complementar às apreensões subjetivas que entrelaçam determinantes sociais de saúde. O reconhecimento desses futuros sanitaristas quanto à dinâmica viva do processo saúde-doença no território, favorece a compreensão das práxis que entrelaçam os territórios vivos e determinantes, bem como, auxilia na identificação das necessidades de saúde que propiciam o planejamento e a elaboração de ações que favoreçam a qualidade de vida dessas comunidades.
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