REFAZIMENTO DO EXAME ESCRITO EM UM CICLO DE DISCUSSÃO DE PROBLEMAS: A AVALIAÇÃO COMO OPORTUNIDADE DE APRENDIZAGEM

Autores

  • Carla do Couto Soares Maciel UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
  • Rodrigo Fragoso de Andrade UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
  • Gilmara Silva de Melo Santana UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
  • Maria Edlene Félix de Lima UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

Resumo

Introdução: A forma como estudantes brasileiros dos cursos de saúde são avaliados não mudou muito nas últimas décadas. Existe uma grande diferença entre examinação e avaliação, esta ultima se da visando o desempenho final, geralmente é pontual e classifica os educandos em uma escala permanente de notas, sendo por isso seletiva ou excludente. O currículo pedagógico do curso de fisioterapia, assim como os demais cursos da área de saúde da UNIFOR, é integrado, baseado em competências e utiliza metodologias ativas e problematização. Apesar deste modelo permitir a avaliação dos saberes de maneira reflexiva, processual e integrada, ainda faz-se necessária a garantia de equidade e oportunização da aprendizagem como parte do processo avaliativo. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da aplicação do refazimento do exame escrito do ciclo de discussão de problemas no rendimento acadêmico dos alunos do segundo semestre de um módulo do núcleo comum, eixo bases técnicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza. Metodologia: Inicialmente, os acadêmicos que participam de um Ciclo de Discussão de Problemas (CDP) recebem um caso-problema, criam perguntas discutidas no brainstorm finalizado com a elaboração coletiva de objetivos de aprendizagem que norteiam a construção do conhecimento. Em uma segunda etapa, os alunos aprofundam e consolidam os saberes e, na ultima etapa, realizam o exame escrito discursiva com peso de 23% na nota final. Como forma de tornar a avaliação de CDP formativa, foi implantado o refazimento do exame escrito com uma nova prova de mesmo nível. Resultado: De um universo de 222 alunos, 25% destes poderiam realizar o refazimento do teste, pois se enquadraram nos critérios previamente estabelecidos e acordados: realizaram a primeira chamada do exame; obtiveram nota diferente de zero e menor que 5,0; estiveram presentes nas duas primeiras etapas do CDP e tiveram frequência mínima de 85%. Cerca de 60% dos estudantes realizaram o refazimento do exame e, o rendimento destes esteve entre 1,0 e 5,0. Dentro deste grupo amostral, 94% obtiveram aumento da nota após a realização do refazimento e, metade destes obteve na segunda oportunidade notas entre 8,5 e 10. O papel da avaliação vem sendo ressignificado e assume o papel de diagnosticar a situação da aprendizagem e subsidiar a tomada de decisão para a melhoria da qualidade do desempenho do educando. Conclusão: O refazimento do exame escrito de CDP, quando aplicado mediante critérios bem estabelecidos permite uma avaliação formativa, onde é oportunizada ao futuro profissional de saúde a construção do conhecimento e a aprendizagem dentro do processo avaliativo.

Publicado

26-09-2019