ESPIRITUALIDADE EM SAÚDE: INTEGRALIDADE DO CUIDADO E PREVENÇÃO DO PENSAMENTO SUICIDA

Autores

  • Elisa Sonehara de Morais MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Thatiane Guedes de Oliveira Machado MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Tacyanne Bilro de Miranda MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Ana Paula Sabino de Medeiros Neves MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Stênio Medeiros de Carvalho MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Célia Pereira de Melo Gomes MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Noeme Beatriz Dantas de Paiva MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
  • Ruy Medeiros de Oliveira MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE; EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES

Resumo

Introdução: A Organização Mundial de Saúde, incluiu a dimensão espiritual no conceito multidimensional de saúde, remetendo a questões como significado e sentido da vida e considera que a espiritualidade é o conjunto de todas as emoções e convicções de natureza não material, com a suposição de que há mais no viver do que pode ser percebido ou plenamente compreendido. Além disso, entendendo-se que a integralidade do cuidado é um modelo de cuidado humanizado e holístico que abrange todas as dimensões do homem, considerando-o como um ser biopsicossocial e espiritual. É necessário, portanto, transcender o cuidado apenas do corpo biológico. O exercício da fé e a prática da religiosidade são estratégias, muitas vezes utilizadas, pelas mães de bebês hospitalizados, como forma de lidar com um longo período de internação e sentimentos de culpa, raiva, ansiedade, medo, impotência, tristeza favorecendo a pensamentos negativos nas mães com tendência à depressão. Nesta perspectiva, buscam-se novas maneiras de pensar a prática do cuidar voltadas para a humanização e a subjetividade na atenção à saúde no ambiente hospitalar, numa visão mais integrada do ser humano. A espiritualidade exercida pelos profissionais junto aos pacientes proporciona sentido ao seu trabalho, facilitando a formação de vínculos entre equipe e família. Descrição: Foram conduzidas 43 rodas de conversas semanais, no período de junho de 2018 a junho de 2019, com as mães, acompanhantes e familiares dos recém-nascidos de risco internados na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. As atividades foram conduzidas por uma equipe multiprofissional, formada por de psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional e equipe de enfermagem sendo abordados temas como: amor, cuidado, união, confiança, alegria, gratidão, medo, fé, paciência, esperança e perdão. Foram utilizadas dinâmicas, musicalidade, leitura/reflexão de textos bíblicos e oração. Impactos: O exercício da espiritualidade tornou os profissionais mais sensíveis às necessidades dos pacientes, viabilizando um modelo de cuidado mais abrangente. Ao considerar a dimensão da espiritualidade, os trabalhadores passaram a cuidar além do visível, assumindo assim uma atitude moral e ética diante da dor e do sofrimento alheio, oferecendo uma atenção humanizada. E as mães relataram que saíram mais fortalecidas pela Fé, afastando os pensamentos negativos contra a própria Vida, encontrando um sentido para viver e enfrentar as adversidades durante o internamento prolongado dos seus filhos. Considerações: Embora os profissionais de saúde reconheçam a importância da espiritualidade, frequentemente observam-se dificuldades em oferecer esse cuidado, principalmente pela falta de conhecimento e pelo desconforto em abordar o tema. Nesta perspectiva, entende-se ser imprescindível superar o modelo biomédico ainda vigente em saúde, através de uma prática de cuidado integral. Torna-se necessário prestar um serviço de qualidade, que possibilite a abertura para a escuta e o partilhar de angústias, favorecendo assim o entendimento do processo pelo qual os familiares dos bebês de risco estão passando e facilitando a busca de sentido para o sofrimento advindo da enfermidade através da dimensão espiritual.