A IMPLEMENTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE (CIF) PARA O RACIOCÍNIO CLÍNICO DO ESTÁGIO CURRICULAR DA FISIOTERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Authors

  • Zaqueline Fernandes Guerra FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA
  • Clarissa Cotrim dos Anjospatrícia Cardoso Clemente FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA
  • Eunícia Marluce Gonçalves de Souza FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE DE JUIZ DE FORA

Abstract

Introdução: O modelo biopsiciossocial está presente na CIF que faz parte da família de classificações da Organização Mundial de Saúde (OMS). O uso da CIF permite a classificação do estado de funcionalidade e incapacidade de um indivíduo em determinado momento da sua vida. Tal classificação torna-se fundamental no conteúdo teórico e prático da graduação em saúde, em especial da Fisioterapia. Embora ainda não presente de forma oficial nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Fisioterapia, diversos documentos oficiais como a Resolução 370/2009 do COFFITO e a Resolução 462/2012 do CNS recomendam que a mesma esteja presente nos serviços de saúde. O conhecimento da CIF deve se iniciar já nos primeiros períodos da graduação, fomentando nos discentes a visão dos múltiplos fatores que influenciam a funcionalidade e reforçando o uso de uma linguagem universal de classificação da mesma. Porém, todo esse conhecimento atinge o ápice da sua relevância acadêmica quando utilizado no momento que o discente se torna estagiário. A partir da avaliação, o discente então estrutura seu plano de intervenção e cuidados preocupando-se principalmente com o componente atividade e participação e passa a entender que embora desenvolva técnicas e condutas direcionadas para os componentes de estruturas e funções do corpo, a relevância do cuidado estabelecido só gera efetivo impacto na vida do paciente, quando visa melhorar o desempenho e capacidade do mesmo nas atividades limitadas. Concomitantemente, o estagiário consegue identificar a importância dos fatores ambientais e desta forma, barreiras e facilitadores são abordados. Descrição: Relatamos a experiência em duas Instituições de Ensino Superior (IES) que implementaram a CIF no estágio curricular do curso de Fisioterapia: na Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora - SUPREMA e na Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Na SUPREMA, o conhecimento da CIF foi gradativamente introduzido nas disciplinas do curso e a partir do segundo semestre de 2017, finalmente esta foi implementada no estágio, com a estruturação das fichas de avaliação de forma que o estagiário construísse seu plano de intervenção baseado nela, além de codificar as categorias identificadas no momento da avaliação fisioterapêutica. Já na UNCISAL, no estágio direcionado ao atendimento de crianças de adolescentes, os componentes da CIF foram introduzidos com o uso da estratégia metodológica de mapas conceituais seguido pela codificação das categorias relevantes. Impactos: A introdução da CIF no cenário de prática clínica do estágio, favoreceu o processo de aprendizado do modelo biopsicossocial. Efetivamente se permitiu que o estagiário identificasse que se o plano de tratamento não contemplar condutas e orientações que modifiquem principalmente o componente de atividade e participação, a recuperação funcional pode não atingir sua principal relevância. Considerações: O raciocínio clínico baseado na CIF experimentado no estágio representou grande avanço em termos de implantação do modelo biopsicossocial nestas instituições. Porém, o conhecimento da codificação e dos qualificadores para os casos clínicos precisa ser continuamente trabalhado em todas as disciplinas do curso, aumentando a bagagem conceitual da CIF e facilitando a aplicação prática do modelo biopsicossocial no estágio.