PRÁTICA COLABORATIVA E INTERPROFISSIONAL - O DESAFIO DE APRENDER FAZENDO

Autores

  • Fernando Pierrette Ferrari UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Rhandra Grubert Gonzaga Maciel UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Eduardo Godoy da Rocha UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Camila Bartolomei Silva Polegato UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Marielly Wagner Fedrizzi UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Rodrigo Guimarães dos Santos Almeida UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Felipe Marques Rocha UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

Resumo

Introdução: Um dos grupos do PET Saúde Interprofissionalidade da UFMS, que tem como linha temática as condições crônicas, está atuando em uma UBSF que apresenta características bastante singulares em sua perspectiva territorial. Com extensa área de abrangência e perfil populacional misto, a unidade se localiza em um ponto periférico da região, tendo em seu outro extremo, duas comunidades de assentamento urbano em condições de alta vulnerabilidade especialmente quanto ao meio ambiente e o acesso ao próprio serviço de saúde do território. No primeiro encontro do grupo com a equipe de profissionais do serviço, foi apresentado o desafio de integrar essa comunidade com a unidade de saúde, dada a não adesão e procura aos serviços ali ofertados. Os assentamentos contam com uma liderança unificada e são próximos geograficamente. O grupo PET é composto por estudantes da enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina, nutrição, odontologia e psicologia. Descrição: Após reunião do grupo, estabeleceu-se contato com a liderança do movimento social que participou com o grupo PET e a equipe da UBSF da construção e planejamento da estratégia. Foram, então, realizadas visitas e entrevistas domiciliares na perspectiva de identificar o perfil populacional e em seguida em um prédio comercial vazio, oferecido pela comunidade vizinha, foram realizadas consultas e avaliação onde foram identificados os dados pessoais e familiares, questões subjetivas sobre condições de saúde e dados específicos referentes às condições de saúde, como pressão arterial, glicemia, saturação de O2, peso, altura, índice de massa corpórea e circunferência abdominal. A mobilização foi feita via grupo de WhatsApp da liderança com a comunidade e convites entregues pessoalmente ou fixados na porta das residências. A adesão da comunidade a oferta do serviço foi extremamente significativa e a unidade de saúde pode iniciar a aproximação com esta comunidade especialmente singular. Impactos: Por fim, o grupo avaliou a ação sinalizando os pontos positivos da atividade onde foram destacados a comunicação entre os estudantes, tutores, preceptores, equipe da unidade e movimento social, o planejamento compartilhado e principalmente a atitude de cooperação entre as diversas profissões de saúde envolvidas. Foram avaliados como pontos negativos a impossibilidade de aprofundamento na anamnese dos usuários devido a relação tempo e quantidade de pessoas a serem atendidas, as dificuldades de oferecer orientações de saúde possíveis dentro das condições sociais econômicas e culturais desta população e as limitações do espaço físico. Foi encaminhado que as próximas ações serão agendadas a partir dos dados coletados, divididas em consultas interprofissionais ou visita domiciliária compartilhada de acordo com as necessidades apresentadas nas ações anteriores. Considerações: Destaca-se nesta experiência a importância do trabalho em equipe, da integração ensino- serviço e comunidade e a mudança no perfil dos profissionais de saúde a partir da educação interprofissional de saúde, onde o fazer junto e o aprender entre si se apresentam como importantes ferramentas de desenvolvimento de competências dos estudantes e profissionais e especialmente da possibilidade de um cuidado em saúde mais integral e também integrador.