SÍMBOLOS POPULARES E AVALIAÇÃO PARTICIPATIVA DE PROCESSO: É POSSÍVEL UMA CONCILIAÇÃO?

Autores

  • Rosa Camila Gomes Paiva CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Jânia de Faria Neves CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Miriam Lúcia da Nóbrega Carneiro CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Leonildo Santos do Nascimento Júnior CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Rachel Cavalcanti Fonseca CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Andréa Carla Brandão da Costa Santos CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Maria Elma de Souza Maciel Soares CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA
  • Juliana Nunes Abath Cananea CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

Resumo

Introdução: Diversos autores têm se debruçado sobre o estudo dos símbolos. De todos, um dos mais conhecidos é Pierre Bourdieu. Em educação, o conceito de símbolos vêm carregado de sentido à medida em que as relações entre os agentes sociais envolvidos estabelecem, constantemente, relações de dominação e de reprodução de valores. Qualquer indivíduo inserido em um espaço social reproduz aspirações acadêmicas e profissionais a partir da posição social que ocupa. Assim, o capital cultural de cada um estaria relacionado, diretamente, ao capital cultural daqueles com quem partilham a vida. Se transpusermos o exposto para pensar a formação reflexiva que os currículos propõem, o docente se vê diante da necessidade de repensar protagonismos. Posto isso, o objetivo desse trabalho é relatar uma experiência em que, a partir de uma avaliação de processo, símbolos populares foram utilizados para dar voz ao aprendente. Descrição: A atividade proposta foi realizada no primeiro período letivo (P1) do curso de Fisioterapia do UNIPÊ no componente curricular de observações de práticas clínicas supervisionadas (OPCS). No primeiro momento, os alunos foram divididos em 3 grandes grupos para debater suas impressões sobre o componente curricular e seu impacto na aprendizagem: o grupo do "curti", o grupo do "não curti" e o grupo do "compartilhar". Esses termos são utilizados pela rede social Facebook® para designar, respetivamente, coisas que foram apreciadas, coisas que não foram apreciadas e coisas que, de tão apreciadas, merecem ser partilhadas com outras pessoas. Os grupos tiveram 30 minutos para discutir essas temáticas e construir painéis para facilitar a apresentação. Ao término do tempo, os grupos teriam que se dirigir ao centro da sala para debater suas impressões. Em seguida, a palavra era passada para a turma fazer suas considerações e, por fim, para o docente que fazia um fechamento, dava explicações, fazia novas arguições. Impactos: A prática realizada trouxe impactos diversos. Os símbolos utilizados permitiram uma aproximação entre os discentes e a atividade. Para eles, o exercício de avaliar o componente curricular gerou o surgimento de reflexões de toda ordem. Muitas atividades que foram consideradas por eles como negativas, ao final, foram elevadas à categoria de "curti" ou "compartilhar". Paralelamente, a possibilidade de construir novos contornos para o componente curricular e as turmas que virão, parece ter injetado ânimo e empatia. Para os docentes, ouvir os pontos elencados pelos discentes foi enriquecedor, já que algumas proposições são factíveis de serem utilizadas para sanar algumas dificuldades. Ao mesmo tempo, poder perceber que atividades obrigatórias considerados por eles na categoria "não curti" foram compreendidas, mesmo sendo algo que eles não eles não gostaram, tem relação direta com o estímulo ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Considerações: A utilização de símbolos que gerem identificação pode ser um ponto de partida nessa arte da conquista. A partir de recursos aparentemente rasos pode-se iniciar a construção de um capital cultural com raízes profundas. Paralelamente, não cabe introjetar normas que não são passíveis de questionamentos, porque conhecimento sem reflexão é alienação.