TELECONSULTAS EM FISIOTERAPIA A CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SEQUELAS PELA COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Authors

  • Gilberto Alves Dias
  • Nayara Alves de Sousa

Abstract

INTRODUÇÃO: As Teleconsultas em Fisioterapia consistem na consulta remota registrada e realizada pelo fisioterapeuta, sendo um dos direitos concedidos pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, enquanto perpetuar a pandemia decorrente do novo coronavírus Sars-Cov-2 (COVID-19). Além disso, foi estabelecida autonomia e independência a esses profissionais para determinarem quais pacientes ou casos podem ser atendidos ou acompanhados a distância. Dessa forma, objetivou-se relatar o atendimento, por meio de Teleconsultas em Fisioterapia a crianças e adolescentes com sequelas pela COVID-19, que apresentavam sintomas leves ou moderados, em um município do interior da Bahia/Brasil.  DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Estabeleceu-se uma parceria entre uma Secretaria Municipal de Saúde e uma universidade pública, sendo disponibilizada pela secretaria uma lista dos contatos para triagem. As Teleconsultas aconteceram 2 a 3 vezes por semana, com duração de 60 minutos, na disciplina Estágio Supervisionado II em Fisioterapia, subárea de pediatria. Inicialmente, foram realizadas ligações telefônicas aos responsáveis e àqueles que autorizaram a participação dos menores de idade, foi enviado via WhatsApp ou e-mail o Termo de Consentimento, Informac?a?o e Esclarecimento para preenchimento no Google Forms. As Teleconsultas sempre foram supervisionadas pelas docentes e ocorreram com atividades de tratamento, prevenção e promoção da saúde, por meio de plataformas digitais como Google Meet e WhatsApp. Foram atendidas 19 crianças e adolescentes com idades entre 06 a 17 anos e a maioria apresentavam como diagnóstico fisioterapêutico deficiência da função respiratória por redução da força muscular e expansibilidade pulmonar com limitação da ventilação e oxigenação em decorrência da COVID-19. Os utensílios utilizados foram àqueles existentes nos seus domicílios e os exercícios sempre foram associados a brincadeiras, músicas, competições e condutas com a ludicidade. Atividades como encher e estourar balões, soprar e puxar papel picotado com auxílio de canudo, sentar e levantar da cadeira, jogo da velha com prendas relacionadas a exercícios aeróbicos, corrida estacionária, agachamento, respiração em três tempos com elevação de ombro com bastão, inspiração máxima, expiração e inspiração fracionada em sedestação foram condutas bem desempenhadas pelos pacientes. Para monitoramento, a duração e o tipo de exercício foram ajustados à tolerância de cada um e utilizou-se a escala modificada de BORG, na qual os pacientes apontavam sua própria percepção de esforço. Por fim, foram elaborados e enviados vídeos e cartilhas para que os pacientes continuassem realizando determinadas condutas, dando prosseguimento ao tratamento nos domicílios. As Teleconsultas ocorreram entre 14 de setembro a 30 de outubro de 2020 e foram concluídas com uma devolutiva à Secretaria de Saúde. IMPACTOS: Todos os pacientes relataram melhoras respiratórias, não sentiram mais dificuldades na realização das atividades leves de vida diária, ou mais intensas como jogar futebol e correr. Foram trabalhadas não somente questões físicas, mas biopsicossociais, uma vez que esses pacientes se encontravam em isolamento domiciliar e sem atividades de rotina. CONSIDERAÇÕS FINAIS: As Teleconsultas em Fisioterapia se mostraram muito efetivas na perspectiva de tratamento, prevenção, promoção à saúde das crianças e dos adolescentes, na segurança dos discentes e docentes frente à contaminação pela COVID-19, além de desempenhar o papel social da universidade.