INTERPROFISSIONALIDADE DURANTE A FORMAÇÃO ACADÊMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Aline Gonçalves Miranda
  • Giovanna Caroline Barbosa Farias
  • Luana dos Anjos de Carvalho
  • Vanessa Rastelli Cruz Silva
  • Tailane da Silva Pereira
  • Vitória Fonseca Pinto
  • Carla Maria Lima Santos

Resumo

INTRODUÇÃO: O processo de cuidado, no Sistema Único de Saúde, propõe a superação do modelo biomédico com fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e compreensão dos determinantes sociais em saúde. Portanto, a formação acadêmica se configura um dos eixos fundamentais para a organização do trabalho em saúde, com valorização das competências ao exercício da interprofissionalidade, cuidado integral do sujeito e às suas necessidades de saúde. Nesse sentido, a Universidade do Estado da Bahia, oferta aos graduandos dos seis cursos da área da saúde (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina e Nutrição), o Programa de Integração, Serviço e Comunidade (PIASC). O componente curricular ocorre em 3 semestres, no qual estudantes dos diferentes cursos participam da mesma turma e realizam atividades conjuntas. Através da territorialização e análise situacional de um problema identificado pela comunidade e profissionais da unidade de saúde, é realizado planejamento local em saúde com ações coletivas de educação em saúde. DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA: Através de abordagem qualitativa-quantitativa, com o grupo de adolescentes de uma Unidade de Saúde da Família, foi realizado um diagnóstico situacional sobre hábitos alimentares, autopercepção e estilo de vida. O grupo era composto por jovens do sexo feminino de 13 a 17 anos. Nos resultados foi identificada alta prevalência de diabetes e hipertensão no histórico familiar. Todas mantinham atividades físicas regulares, mas com alimentação não balanceada. As atividades educativas tiveram a centralidade nessa temática, cujo Projeto foi intitulado “VOCÊ É O QUE VOCÊ COME", no qual foram realizadas Oficinas, Rodas de Conversa, Dinâmicas e estratégias nas quais elas foram as protagonistas. Todo planejamento em saúde contou com o suporte teórico matusiano e aspectos conceituais da Pedagogia de Paulo Freire. IMPACTOS: A interprofissionalidade presente na turma possibilitou a realização de intervenções em conjunto com uma visão mais ampla do cuidado em saúde, sendo possível entender o sujeito sob vários níveis. A oportunidade dessa experiência durante a graduação é muito valiosa, pois quando os atores envolvidos no cuidado interagem entre si e a comunicação entre as partes envolvidas é efetiva, o acolhimento das necessidades do indivíduo acontece de modo integral, como preconiza o SUS. Portanto, as trocas entre os diferentes cursos da área de saúde aumentam as garantias de organização interprofissional nos futuros trabalhadores capacitados para o funcionamento em rede do SUS, cooperação entre as mais variadas áreas do saber, maximização das potencialidades do cuidado em saúde e atuação biopsicossocial. CONSIDERAÇÕS FINAIS: Diante do exposto, fica evidente a notoriedade de trabalhar com uma equipe interprofissional durante a formação acadêmica com estágios nos serviços de saúde e comunidades. Conhecer a realidade das unidades de saúde, e vivenciar ativamente nos processos de trabalho e cuidado, representa uma base valiosa na formação universitária. O desenvolvimento de atividades coletivas, pautadas na educação em saúde, possibilitam a reflexividade e tomada de consciência para avanço da participação popular crítica. O fortalecimento do SUS perpassa por trabalhadores da saúde capacitados e implicados na consolidação deste pacto social civilizatório tão penalizado por contextos políticos predatórios.

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Relatos de Experiência - Eixo II Formação e Educação Permanente