RECONHECIMENTO LEXICAL DE ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA DURANTE LEITURA DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE

Authors

  • Andressa da Silva Palmeira
  • Paulo Henrique Ferreira de Araujo-Barbosa
  • Emerson Fachin-Martins

DOI:

https://doi.org/10.18310/2358-8306.v5n9.p17

Keywords:

Compreensão, Classificações, Dicionário, Fisioterapia.

Abstract

Objetivo: Dimensionar o reconhecimento de vocábulos por estudantes de fisioterapia durante leitura da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e propor estratégias de enriquecimento lexical a partir dos vocábulos desconhecidos apreendidos com o intuito de treinar habilidades e competências descritivas de estados de saúde individuais e populacionais. Método: O conteúdo da CIF foi fragmentado em 9 trechos consecutivos de aproximadamente 30 páginas cada. Para cada trecho, um grupo de estudantes foi formado para a leitura e declaração de vocábulos desconhecidos. Os estudantes tinham a escolha de sugerir um significado para o vocábulo desconhecido caso desejassem. Posteriormente, os vocábulos e os seus significados sugeridos, quando anotados, foram analisados por dois julgadores cegos que verificaram o significado descrito pelo estudante com o significado real. Discordâncias foram decididas por um terceiro julgador. Resultados: A amostra foi composta por 37 estudantes com 19,8±1,5 (média ± DP) anos de idade que declararam 167 vocábulos como desconhecidos. Os vocábulos foram desconhecidos por no máximo 16 e no mínimo 1 estudantes. Dos estudantes que declararam vocábulos desconhecidos, 30% arriscaram colocar um possível significado, porém somente 18% deles aproximaram o significado anotado do significado real. Os trechos 3, 4 e 9 foram os trechos com maior número de vocábulos desconhecidos. Conclusões: Conclui-se que a CIF possui quase duas centenas de vocábulos desconhecidos por estudantes de fisioterapia e estes estão concentrados no interior e final do documento. Sugere-se um glossário contendo os 167 vocábulos para enriquecimento lexical de futuros leitores.

References

Organização Mundial de Saúde. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. 2004.

Araújo ES. A Classificação Internacional de Funcionalidade , Incapacidade e Saúde ( CIF ) em Fisioterapia: uma revisão bibliográfica [dissertação]. São Paulo (SP): Universidade de São Paulo; 2008

Martins EF, de Sousa PH, Barbosa PH, de Menezes LT, Costa AS. A Brazilian experience to describe functioning and disability profiles provided by combined use of ICD and ICF in chronic stroke patients at home-care. Disability and Rehabilitation 2011; 33(21-22): 2064 - 74.

Castaneda L, Bergmann A, Bahia L. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: uma revisão sistemática de estudos observacionais. Rev Bras Epidemiol 2014; 17(2): 437–451.

Araújo-Barbosa PHF. Modelagem e simulação de informações do estado de saúde codificadas pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde: requisitos e subsídios para sistemas de informação em saúde [dissertação]. Brasília (DF): Universidade de Brasília, 2016.

Pedrosa BAC, Dourado JS, Lemos ST. Desenvolvimento lexical, alterações fonoaudiológicas e desempenho escolar: revisão de literatura. Revista CEFAC 2015; 17(5): 1633–1642.

Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças préescolares. Estudos de Psicologia 2010; 27(2): 169–176.

Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia. Reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Fisioterapia. [Internet]. [acessado 2016 out 30]. Disponível em: http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/cadernos-educacao-saude-fisioterapia.

Brasil. Resolução CNE/CES 4, de 19 de Fevereiro de 2002. Institui diretrizes Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia. Ministério da Educação, 2002. [Internet] [acessado 2016 nov 01]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES042002.pdf.

Nalom AFO, Soares AJC, Cárnio MS. A relevância do vocabulário receptivo na compreensão leitora. CoDAS 2015; 27(4): 333–338.

Salles JF, Parente MAMP. Processos Cognitivos na Leitura de Palavras em Crianças : Relações com Compreensão e Tempo de Leitura. Psicologia: Reflexão e Crítica 2001; 15(2): 321–331.

Unesco. Relatório de Monitoriamento Global de EPT 2013/4. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. 2014.

Brasil. Relatório de Educação para todos no Brasil. Ministério da Educação. 2014.

Bardin L. Análise de conteúdo. Lisboa: Ediçoes 70, v. 70, 1977.

Caregnato RCA, Mutti R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso. Texto & Contexto Enfermagem 2006; 15(4): 679–684.

Universidade de Brasília. Relatório de Autoavaliação Institucional 2015. Universidade de Brasília, 2015.

Hodges LVSD, Nobre APM. O uso de estratégias metacognitivas como suporte à compreensão textual. Revista Eletrônica de Educação 201; 6(2): 476–490.

Seabra AG, Dias N. Reconhecimento de palavras e compreensão de leitura : dissociação e habilidades linguístico-mnemônicas preditoras. Revista Neuropsicología Latinoamericana 2012; 4(1): 43–56.

Bittencourt GKGD, Nóbrega MML, Medeiros ACT, Furtado LG. Mapas conceituais no ensino de pós-graduação em enfermagem: relato de experiência. Revista Gaúcha de Enfermagem 2013; 34(2): 172–176.

Dornelas LF, Duarte NMC, Magalhâes LC. Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor: mapa conceitual, definições, usos e limitações do termo. Revista Paulista de Pediatria 2015; 33(1): 88–103.

Monteiro SM, Soares M. Processos cognitivos na leitura inicial : relação entre estratégias de reconhecimento de palavras e alfabetização. Educação e Pesquisa 2014; 40(2): 449–465.

Piccollo LR, Salles JF. Vocabulário e memória de trabalho predizem desempenho em leitura de crianças. Psicologia: Teoria e Prática 2013; 15(2): 180-191.

Coltheart M, Rastle K, Perry C, Langdon R, Ziegler J. DRC: A dual route cascaded model of visual word recognition and reading aloud. Psychological Review 2001; 108(1): 204–256.

Corso HV, Salles JF. Relação entre leitura de palavras isoladas e compreensão de leitura textual em crianças. Letras de Hoje 2009; 44(3): 28–35.

Freire PA. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. São Paulo, 1982.

Mitre SM, Siqueira-Batista R, Girardi-de-Mendonça JM, Morais-Pinto NM, Meirelles CAB, Pinto-Porto C, et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde: debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva 2008; 13(2): 2133–2144.

Taylor WL. Cloze procedure: A new tool for measuring readability. Journalism Quarterly 1953; 30: 434-438.

Oliveira R, Oliveira KL. Leitura e condições de estudo em universitários ingressantes. Revista de Psicologia da Vetor Editora 2007; 8(1): 51–59.

Oliveira KL, Santos AAA, Primi R. Estudo das relações entre compreensão em leitura e desempenho em disciplinas na universidade. Revista Interação em Psicologia 2003; 7(1): 19-25.

Souza NA, Coruchovitch E. Mapas conceituais: estratégia de ensino/aprendizagem e ferramenta avaliativa. Educação em Revista 2010; 26(3): 195–217.

Published

2019-05-15