NECESSIDADES E DEMANDAS DOS SERVIÇOS DE REABILITAÇÃO DA REGIÃO DO BUTANTÃ, SÃO PAULO - SP

Autores/as

  • Flávia Rúpolo Berach UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
  • Bárbara Castro Possidente UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
  • Mariana Leme Gomes UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
  • Ralf Braga Barroso UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
  • Ana Carolina Basso Schmitt UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP

Resumen

Introdução: Reabilitação é um conjunto de ações voltadas ao aumento das habilidades dos usuários com diminuição dos danos, incapacidades e deficiências; incluindo pessoas com doenças crônicas e degenerativas (FARO, 2004; LUSSI, 2006). O acesso aos equipamentos de saúde pode ser entendido como a facilidade de se obter cuidados em saúde ou a alinhamento entre a busca e o ingresso nos equipamentos de saúde (ALMEIDA et al, 2017; TRAVASSOS, 2004), entre eles para a especialidade. Este está intimamente ligado à relação entre os usuários e os equipamentos e à oferta de ações e atividades (TRAVASSOS, 2006). O uso dos serviços se dá a partir da combinação entre a necessidade, a percepção, as características sociodemográficos e os valores do indivíduo; a organização e a forma de financiamento do sistema de saúde (TRAVASSOS, 2004). Há de se considerar também que a disponibilidade de oferta do serviço especializado pode induzir o uso de serviços não relacionados às necessidades de saúde dos usuários, muito embora mais comumente a rede de atenção à saúde disponibilize ações insuficientes ou fragmentadas para o cuidado (TRAVASSOS, 2000). Objetivo: Descrever e analisar as demandas atendidas e reprimidas em relação às ações e atividades desenvolvidas na atenção especializada de reabilitação. Metodologia: O estudo foi desenvolvido na região do Butantã (São Paulo - SP), com uma população estimada de 428.217 habitantes (SÃO PAULO, 2016b). O trabalho quantitativo, transversal, analisou as características das solicitações de serviços de atenção especializada para as demandas de reabilitação. Foram coletados os encaminhamentos realizados entre janeiro de 2012 e novembro de 2016 para 23 especialidades. A caracterização dos encaminhamentos para a atenção especializada foi feita a partir de dados do sistema E-SUS. Resultados: A média das idades dos usuários que aguardavam na lista de espera durante o período de 2012 a 2016 foi de 47,1 anos (DP = 22,5) e a mediana de 51 anos (idade mínima = 0 anos; idade máxima = 102 anos). Foram analisados 44.022 encaminhamentos de pessoas que residiam, majoritariamente no município de São Paulo (98,95%). As maiores demandas de encaminhamento foram para ortopedia (37,92%), fisioterapia (21,47%), pneumologia (13%) e neurologia (9,22%). As principais causas de encaminhamento conforme a CID-10 foram doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (55,9%), doenças do aparelho respiratório (11,9%), transtornos mentais e comportamentais (9,7%) e doenças do sistema nervoso (8,8%). Conclusão: Observou-se que o maior número de encaminhamentos foi para a fisioterapia e especialidades médicas que apresentam grande relação com a reabilitação. As principais causas de encaminhamento apresentam potencial resolutividade e melhora nas condições de saúde uma vez submetidas à reabilitação.