USO DO MICROAGULHAMENTO NO TRATAMENTO DA CICATRIZ DE ACNE: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

Autores/as

  • Ariana Teresa Mateus Ventura CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
  • Letícia Briany de Carvalho Lessa CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
  • Aline Carla Araújo Carvalho CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
  • Raphaela Farias Teixeira CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

Resumen

Introdução: As cicatrizes de acne podem afetar entre 90 a 95% dos pacientes com acne vulgar e levar a um importante impacto psicossocial, estando associadas à baixa auto-estima, ansiedade, depressão e suicídio. O microagulhamento (MAG) vem sendo considerado como uma técnica ótima para minimizar a aparência destas cicatrizes, no entanto, ainda faltam evidências científicas sobre a eficácia, protocolo de aplicação, custo-benefício e resultados em longo prazo. Objetivo: Este trabalho teve, pois, como objetivo investigar a eficácia da técnica de microagulhamento no tratamento das cicatrizes de acne. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura, cujo protocolo de pesquisa seguiu a recomendação PRISMA, sendo incluídos na amostra estudos de ensaios clínicos, randomizados ou não, que avaliaram o aspecto da cicatriz de acne, antes e após o procedimento de MAG. Foram excluídos artigos não disponíveis nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa e cuja versão completa não foi possível de ser obter. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Pubmed, Lilacs, Scielo e PeDRO, no período de julho a outubro de 2017, combinando-se os termos microneedle" ou "microneedling" ou "percutaneous induction collagen" ou "dermarroller" ou "treatment", "acne" e "scars". A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada por meio da Escala de Risco de Viés da Colaboração Cochrane." Resultados: Após a exclusão dos duplicados, foram avaliados os títulos e resumos de 315 artigos, sendo selecionados 24 artigos para leitura na íntegra, incluindo-se na revisão ao final 16 artigos. A maioria dos artigos usou uma amostra de adultos de até 40 anos de idade e avaliou a eficácia do tratamento a partir da comparação entre as hemifaces de um mesmo participante. Os estudos incluídos diferiram bastante entre si, com relação ao tamanho das microagulhas, que influenciam na profundidade e resultado da técnica; ao número de sessões e intervalo entre elas; e a técnica realizada, se MAG isolado, associado a substâncias ou combinado com outra técnica. Apenas cinco estudos utilizaram a técnica de MGA isolada evidenciando uma melhora significativa nas cicatrizes de acne de leve à moderada, resultado semelhante ao encontrado pelos estudos que utilizaram microagulhamento associada com radiofrequência fracionada, novo equipamento disponível no mercado. O uso do MGA associado a princípios ativos, com a finalidade de favorecer a permeação dessas substâncias por meio da micropuntura também mostrou resultados satisfatórios. Apenas dois estudos compararam o MAG com outras técnicas para o tratamento de cicatriz de acne, evidenciando que a subcisão e o Laser Er: Yag foram superiores ao MAG. A maioria dos estudos foi considerado como em alto risco de viés em 4 dos 7 itens avaliados. A falta de padronização ou de escalas de avaliação objetivas para avaliar os resultados obtidos com os tratamentos é uma das maiores limitações encontradas nos estudos analisados. Conclusão: O microagulhamento surge com uma boa opção terapêutica para cicatrizes de acne, pouco invasiva e de baixo custo, com resultados promissores, mas ainda são necessárias mais pesquisas, com melhor rigor metodológico, que possa assegurar a eficácia e segurança da técnica, bem como a forma de aplicação mais eficaz.