ABORDAGEM DE UMA PACIENTE PSIQUIÁTRICA NUMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Resumen
Introdução: O modelo de assistência à saúde mental tem se tornado cada vez mais descentralizado, tendo como foco o atendimento dos pacientes na atenção primária. Os objetivos são melhorar o acompanhamento e o tratamento, e a diminuição dos custos na atenção terciária, visando a redução das internações e agravos secundários. Já no âmbito da atenção básica, a proposta é promover o atendimento multidisciplinar desses pacientes, o que facilita o processo de construção de um plano terapêutico e de criação medidas assistenciais de prevenção e promoção da saúde mais eficazes. Descrição: Trata-se da realização das atividades práticas da disciplina de Medicina e Comunidade III, do 3º período de medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória. Foram realizadas 04 visitas domiciliares à uma família vinculada a uma Unidade Básica de Saúde do município de Vitória - ES, conduzidas pelos estudantes e orientadas pela preceptora da disciplina e pela Agente Comunitária de Saúde. Os estudantes tiveram que fazer o acompanhamento da família, e em cada visita uma tarefa era determinada. Nas visitas os objetivos centrais foram conhecer de modo integral a família e propor possíveis intervenções centradas nos problemas biopsicossociais por ela enfrentados. O núcleo familiar é composto de 03 membros, pai, mãe e um filho, com idades 48, 39 e 16 respectivamente. Para melhor compreensão da situação familiar e coleta de dados sobre ela, foi feito o preenchimento de ficha de cadastro da família (Ficha A), a construção genograma familiar e, por fim, a realização de anamnese detalhada. Impactos: A paciente acompanhada sofre de esquizofrenia e depressão. Em relação ao seu estado biopsicossocial, diversos problemas foram identificados. A paciente não faz qualquer acompanhamento ambulatorial com um psiquiatra e relata que a última consulta foi há 7 anos atrás e, a partir de então, dirige-se apenas à UBS para retirada de medicamentos, que não tiveram doses ajustas desde então. Além disso, vive um isolamento social, tendo em vista que o seu marido a priva dentro de casa, tomando atitudes de reclusão, como cobrir a fachada da casa com placas e tijolos, a fim de esconder a esposa. O único convívio fora de casa que ela tem é o da igreja. Entretanto, a paciente, que se mostra muito cristã, por vezes, tem atitudes tidas como fanáticas, como o fato de não tomar a medicação prescrita, por acreditar na cura divina ou por não aceitar a interrupção do seu jejum. Considerações: Após As visitas da equipe da equipe de alunos e professora da EMESCAM foi possível propor uma intervenção mais efetiva, como o encaminhamento ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e orientações sobre a medicação, bem como formas de promoção de saúde e prevenção dos agravos observados na família.Número
Sección
Relatos de Experiência - Eixo I Atenção Integral à Saúde
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