PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SAÚDE COMUNIDADE - PISC E O DESAFIO DA INTERPROFISSIONALIDADE: UMA REFLEXÃO A PARTIR DA COORDENAÇÃO

Autores/as

  • Francisca Rêgo Oliveira de Araújo EAD

Resumen

Introdução: Preceitos constitucionais garantem ao Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras atribuições, ordenar a formação dos trabalhadores da área de saúde. Para tanto, mudanças na formação desses profissionais são imprescindíveis e deve ser pautada na necessidade de saúde das pessoas e na integralidade da atenção, com observação para aspectos interprofissionais, o trabalho em equipe, abordagens humanistas, ética, técnica e de caráter prático presencial nos distintos territórios desde o início do curso. A qualificação e adequação do perfil dos futuros profissionais da saúde sugere que os estudantes devam ser inseridos nos nos cenários de práticas do SUS e outros equipamentos sociais desde o início, facilitando a relação teoria-prática e a organização do trabalho em equipe interprofissional. Nesse sentido, o presente relato tem como objetivo apresentar os pressupostos da disciplina programa de integração saúde comunidade - PISC, desenvolvida em comunidades, por meio de grupos preceptoriais interprofissionais, vinculada a Escola da Saúde da Universidade Potiguar - UnP, no período de 2012 a 2018. Descrição: A disciplina teve início em 2012, com dez grupos tutoriais e o propósito de vivenciar práticas interdisciplinar de diagnóstico e sistematização das necessidades de saúde de comunidades, planejar e intervir a partir das demandas dos territórios, das visitas domiciliares e seus riscos de saúde, além das demandas advindas das salas de situações. Foi organizada em momentos teórico-práticos em sala, práticas em territórios, atividades de dispersão, intervenção, mostra, avaliação sistemática formativa e portfólio. Acontece as terças-feiras nos turnos manhã, tarde e noite e sábado pela manhã. Tem em média 600 alunos, com variação entre 350 e 1.100 alunos, dividido entre os grupos tutoriais. Ao longo de sua trajetória caminhos foram (re)definidos e (re)alinhados, aferindo mudanças no nome, no quantitativo de preceptores e na adequação de conteúdos, na ampliação cenários e territórios. Impactos: Vários foram os avanços e desafios que perpassaram pela ordem da integração ensino-serviço-gestão-comunidade, resultando em (re)elaboração de estratégias e conhecimentos que emergiram da prática. O trabalho em equipe foi potencializado pelas vivências de caráter multi e interprofissional a partir da realidade social, cultural, política e ambiental encontrada, somado ao planejamento e execução dos projetos de intervenções. Ademais, o conhecimento e a aplicabilidade de instrumentos de apoio ao trabalho do profissional de saúde na atenção primária, bem como o reconhecimento da territorialização como ferramenta de trabalho em saúde foi incorporado ao aprendizado do aluno. Considerações: Em 13 semestres a PISC possibilitou aos atores envolvidos diretamente refletir o modelo de formação que seja capaz de possibilitar pensar e agir considerando as dimensões de pode, de saber, de afetos e vínculos que mobiliza uma formação para lidar com projetos humanos de indivíduos e de coletividades. Por fim, foi possível afirmar que os cursos e as profissões da área da saúde precisam ser apoiados no sentido de se enxergar na referida área e entender que é fundamental ter o SUS como cenário e ordenador do processo ensino aprendizagem.